Módulo 8: Enfermagem na Atenção à Saúde da Mulher, do Neonato e à Família no Alojamento conjunto
Unidade 4: Intercorrências maternas e neonatais

Intercorrências maternas
Distúrbios tromboembólicos e Intercorrências Neonatais

Hemorragia Puerperal

3. Hemorragia Puerperal

A hemorragia puerperal, também chamada de hemorragia pós-parto (HPP), está relacionada à alta taxa de mortalidade materna (BRASIL, 2003). É definida como a perda de 500ml de sangue ou mais pelo trato genital no puerpério (OMS, 2005).

A atonia uterina pode ser prevenida com a administração de 10 U de ocitocina via Intramuscular (IM) imediatamente após o desprendimento do feto. A ocitocina também pode ser administrada por via endovenosa (EV) em uma solução de 500ml de soro glicosado 5% e 20 U de ocitocina com gotejamento de 20-30 gotas por minuto. Outras medicações podem ser utilizadas para resolução da atonia uterina, são elas: metilergometrina na dose de 0,2mg EV, misoprostrol na dose de 2 comprimidos via oral (VO), ou no fundo de saco vaginal.

A metilergometrina pode causar hipertensão, portanto não deve ser utilizada em puérperas hipertensas.

Em caso de choque hemorrágico, o Ministério da Saúde (BRASIL, 2003) sugere algumas regras para reposição de volume, dependendo do diagnóstico realizado, como segue:

Quadro 4.2: Classificação de diagnóstico. Fonte: Brasil (2003)

A anemia é um fator que pode complicar, e muito, a condição clínica da puérpera com HPP, já que uma pequena perda sanguínea pode ser fatal (OMS, 2005).

Segundo a Organização Mundial da Saúde (2005), os princípios para atenção ao HPP são: rapidez, competências e prioridades, sendo que suas prioridades são definidas:

  1. Chamar ajuda, para conter a hemorragia.
  2. Avaliar rapidamente o estado geral da puérpera.
  3. Encontrar a causa da hemorragia.
  4. Cessar a hemorragia.
  5. Estabilizar e reanimar a mulher.
  6. Prevenir anemias futuras.
Devemos manter a mulher confortável e segura, com cuidados como: verificar a involução uterina; por meio de um forro, observar a quantidade do sangramento após 30 minutos; verificar os sinais vitais; observar o nível de consciência, a coloração de pele; hidratar a mulher; monitorar a transfusão sanguínea, quando necessário; avaliar o débito urinário; manter as anotações atualizadas; verificar a presença de hemoglobinemia e orientar quanto ao uso de ferro (OMS, 2005).

Em caso de suspeita ou diagnóstico de hemorragia, deve-se providenciar imediatamente um acesso venoso, caso a puérpera não esteja em terapia intravenosa.

Na próxima página, trataremos das intercorrências neonatais. Acompanhe!