O envelhecimento populacional, evidenciado pela diminuição das taxas de fecundidade e natalidade e pelo aumento da expectativa de vida, gerou também o aumento de pacientes idosos com doenças crônicas para o atendimento no sistema único de saúde, uma vez que a sociedade não se preparou para estas mudanças. Estamos de acordo com a Organización Panamericana de la Salud - OPAS, ao destacar a incoerência entre uma situação de saúde que combina uma transição demográfica acelerada ou completa e uma situação epidemiológica com forte predominância de condições crônicas e de seus fatores de risco e, além disso, uma resposta social estruturada por um sistema de saúde fragmentado que opera de forma episódica e reativa e que é voltado principalmente para a atenção às condições agudas e às agudizações das condições crônicas (OPAS, 2010).
É nesta perspectiva que iniciamos esta discussão, destacando o idoso como o cliente assíduo das emergências, seja na agudização de suas doenças crônicas ou no tratamento agudo para as causas externas a que ele está exposto. Merece destaque aqui o apelo constante do Ministério da Saúde ao lançar os indicadores do Contrato Organizacional de Ação Pública- COAP para o ano de 2013.
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Palavra do Profissional |
Acompanhe na animação a seguir maiores detalhes sobre o idoso vítima de trauma.
Frequentemente as causas que os levam a estes serviços são as fraturas, em sua maioria lesões causadas por quedas, mas ainda há de se considerar as doenças cardiovasculares, as infecções, os problemas musculoesqueléticos, as doenças neurológicas e os problemas psicológicos.
Tendo em vista o objetivo deste módulo, vamos abordar aqui a assistência ao paciente idoso vítima de trauma, especificamente no que se refere aos acidentes de transporte e às quedas.
Epidemiologia
Revelam as autoras Gawryszewski, Jorge e Koisumi (2004) que os acidentes de transporte lideram a mortalidade por causas externas nos indivíduos acima de 60 anos. No Brasil, somente no ano 2000, foram 3.673 vítimas fatais. Tal proporção é maior do que a calculada para a população geral, em que essas causas responderam a 17,4% dos óbitos por causas externas naquele mesmo ano. Vale lembrar que o atropelamento é um fator de destaque nestas estatísticas.
Mantovani (2005) corrobora com esta afirmação quando aponta o acidente automobilístico como a segunda maior causa de lesão, mas destaca que é a principal causa de morte por trauma entre os homens.
A pesquisa apresentada pelas autoras Gawryszewski, Jorge e Koisumi (2004) revela dados bastante interessantes sobre a morbimortalidade por causas externas em idosos.
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Saiba Mais |
Siga para a próxima página para estudar sobre as quedas de idosos. Vamos!