Módulo 8: Linha de Cuidado Nas Urgências/Emergências Traumatológicas
Unidade 7: O idoso vítima de trauma

O idoso vítima de trauma

Os cuidados aos idosos vítimas de trauma

Os cuidados aos idosos vítimas de trauma

Sabemos que algumas alterações funcionais ocorrem com o envelhecimento. Nos serviços de urgência e emergência não temos a especialidade de gerontologia e geriatria para a assistência específica à população idosa. Neste sentido, queremos abordar aqui alguns aspectos que precisam ser considerados pelo enfermeiro no momento em que ele encontra-se avaliando um idoso vítima de trauma.

Atenção enfermeiro! O que é diferente na fisiologia do idoso? Menor complacência pulmonar, diminuição da função renal, menor índice cardíaco e resposta adversa à perda sanguínea (HIRANO; FRAGA; MANTOVANI, 2007).

Vejamos o caso clínico abaixo, acompanhe na animação:

Agora faça uma reflexão. Diante do caso apresentado, convidamos você, enfermeiro, a pensar na linha de cuidado para a Sra. Catarina. Quais intervenções você deverá implementar para garantir sua recuperação livre de complicações, para que ela possa retomar suas atividades com independência e autonomia preservadas? Essa discussão será resgatada no final deste estudo.

Para a avaliação primária do idoso vítima de trauma, acompanhe a mesma escala proposta pelo Advance Trauma Life Suport (ATLS), já apresentada no início deste módulo, de acordo com PHTLS (2007), veja na animação.

Palavra do Profissional
Após o atendimento inicial e o tratamento definitivo, seja este cirúrgico ou não, a equipe deve ter maior atenção com as complicações clínicas, como por exemplo: isquemia miocárdica, pneumonias, trombose venosa profunda, tromboembolismo pulmonar, tétano e outras (HIRANO; FRAGA; MANTOVANI, 2007).

Você concorda com a avaliação realizada pelo Enfermeiro? Porque Dona Catarina foi encaminhada para a sala vermelha? Reveja o fluxograma referente a quedas, que foi elaborado segundo o Protocolo de Manchester do grupo de triagem de Portugal, pois é uma orientação segura para avaliar o idoso vítima deste agravo.

Consensualmente, associamos o trauma à perda volêmica e com ela a instalação dos sinais do choque, sendo o primeiro deles o aumento da frequência cardíaca. No entanto, esperar que essa alteração ocorra como parâmetro para a instalação da terapêutica no idoso poderá ser tarde demais. Essa resposta que costumeiramente encontramos nos jovens é inadequada no idoso com trauma, isso ocorre pelas alterações favorecidas pela doença aterosclerótica progressiva, limitando a efetividade da resposta do miocárdio ao estresse por causa da calcificação e perda da elasticidade das artérias coronárias e grandes vasos. O enfermeiro precisa estar atento ao quanto essas alterações fisiológicas podem interferir na sua avaliação inicial, induzindo a equipe a proceder a reanimação volêmica exagerada ou insuficiente, ambas deletérias ao idoso (HIRANO; FRAGA; MANTOVANI, 2007).