Módulo 8: Clínica da atenção psicossocial
Unidade 2: A clínica da atenção psicossocial relacionada às pessoas com problemas decorrentes do consumo de Substâncias Psicoativas (SPAs)

Histórico do uso e da legislação sobre substâncias psicoativas
Classificação das SPAs
Alguns conceitos relacionados ao uso, abuso e dependência de substâncias psicoativas

Estratégias de intervenções aplicadas ao uso/abuso de SPA

Na sequência, estudaremos as intervenções e como devemos aplicá-las como cuidado em casos de uso ou abuso de SPAs.

Prevenção

Em todo o mundo, são evidentes os agravos decorrentes do uso indevido de substâncias psicoativas. Também é de conhecimento público a crescente elevação dos custos decorrentes direta ou indiretamente de tal uso. O estigma, a exclusão, o preconceito, a discriminação e a desabilitação são ao mesmo tempo agravantes e consequências do uso indevido de álcool, crack e outras drogas, colaborando para a situação de comprometimento global que acomete tais pessoas. Isto também ocorre relativamente aos outros transtornos mentais.

Devemos ainda considerar o caráter informativo alarmista em relação ao real status do problema; já que o tabaco e álcool, substâncias de uso historicamente lícito e as mais consumidas em todo o mundo, são também as que trazem maiores e mais graves consequências para a saúde pública mundial (BRASIL, 2003, p. 30).

O comprometimento físico e mental gerado pelo uso problemático de álcool e outras drogas envolve estigma, exclusão e preconceito. Além disso, a pessoa com problemas decorrentes do uso de SPA corre mais riscos de perda ou restrição no exercício de uma atividade, função ou papel social, em qualquer um dos domínios da vida de relação. As consequências disso acarretam diversos prejuízos às nações do mundo inteiro, já que o problema relativo ao abuso e/ou dependência de drogas está disseminado por todas as sociedades, etnias, classes sociais e idades (BRASIL, 2003).

A prevenção do uso abusivo e/ou dependência de crack, álcool e outras drogas implica em um processo de planejamento, implantação e implementação de múltiplas estratégias e políticas orientadas à redução de fatores de vulnerabilidade e risco específicos, bem como estímulo dos fatores de proteção. Tais estratégias precisam da colaboração dos diversos segmentos sociais, considerando as competências específicas de cada um desses, visando à redução da iniciação no consumo em todas as faixas etárias, mas, sobretudo, entre adolescentes.

Para tanto, a lógica da redução de danos é estratégica para o planejamento de propostas e ações preventivas (BRASIL, 2003).

Desta forma, prevenção precoce e intervenções breves podem ter efeitos benéficos que ultrapassam as suas populações-alvo. A oferta de cuidados nas redes de atenção psicossocial, em serviços inseridos na comunidade e complementados por outros programas assistenciais promove condições para a reversão desse panorama.

Repensar as formas de cuidar dessas pessoas deve contemplar formas de intervenção precoce na perspectiva e lógica de redução de danos, o que teria impacto altamente positivo sobre a carga global de problemas e sobre o custo direto e indireto associado ao consumo de álcool. Também é essencial capacitar os profissionais de saúde e, especialmente, as equipes de saúde de família e das unidades básicas de saúde, provendo essas com as condições necessárias para o desenvolvimento das seguintes ações: prevenção primária do uso prejudicial do álcool; diagnóstico precoce; tratamento de casos não complicados; e o referenciamento para a rede de atenção dos quadros moderados e graves (BRASIL, 2003).

Para conhecer os programas de ação e prevenção no uso de SPAs, acompanhe a animação na próxima página.