A rotura uterina
A rotura uterina consiste em laceração do útero. Pode ser classificada em completa, quando há total rotura da parede do órgão, levando ao risco de morte tanto da gestante quanto do feto, ou incompleta, quando o peritônio parietal permanece intacto. Geralmente não apresenta complicações, podendo permanecer assintomática após um parto vaginal (BRASIL, 2010).
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Sua incidência varia muito dependendo do país, podendo variar de 1 a cada 585 partos até 1 a cada 6.673 partos. Seu início geralmente é marcado apenas por bradicardia fetal repentina e o tratamento exige intervenção cirúrgica imediata para que se obtenham bons resultados. Observa-se que alguns distúrbios clínicos estão associados à rotura uterina, tais como: cicatrizes uterinas, cesarianas pregressas, rotura pregressa, traumatismo, gestação molar invasiva pregressa, histórico de placenta percreta ou increta, má apresentação fetal, indução do trabalho de parto com estimulação uterina excessiva e uso de crack (RICCI, 2008).
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Manifestações clínicas
• Sofrimento fetal súbito;
• Dor abdominal aguda e contínua;
• Sangramento vaginal;
• Hematúria;
• Contorno anormal da parede abdominal;
• Subida da apresentação ao toque vaginal;
• Choque hipovolêmico da gestante ou do feto.
Cuidados de enfermagem
A conduta inicial da enfermagem será a mesma empregada em outras causas de sofrimento fetal agudo. Veja na animação a seguir:
A vasa prévia
Vasa prévia é definida como o sangramento dos vasos sanguíneos fetais que atravessam as membranas amnióticas passando pelo orifício interno do colo. Está associada à inserção anormal dos vasos fetais dentro das membranas. É uma causa rara de hemorragia, sua incidência é maior em gestantes com implantação baixa da placenta e inserção velamentosa de cordão. A perda sanguínea é de origem fetal, fato este que mostra a urgência do seu diagnóstico. As taxas de mortalidade fetal são altas, em torno de 50% (BRASIL, 2010).
Muitas vezes o diagnóstico intraparto também é muito difícil. São descritos testes em que é feita a detecção de hemácias fetais no sangue exteriorizado, mas, na maioria das vezes, não há tempo para a realização desses testes, pois é frequente a deterioração dos batimentos cardíacos fetais no momento da rotura.
Neste caso, a cesariana de urgência está indicada (BRASIL, 2010).
Figura 2.2: Vasa prévia
Fonte: http://drugline.org/medic/term/vasa-previa/
Cuidados de enfermagem
A enfermagem precisa conhecer os sinais e sintomas das síndromes hemorrágicas que podem ocorrer durante a gestação e o parto para fazer o diagnóstico diferencial e tomar a conduta específica para cada caso. No distúrbio da vasa prévia, o feto é que dará o primeiro sinal, apresentando seus batimentos cardíacos alterados. A agilidade na ação de enfermagem nos casos de urgências/emergências ginecológicas e obstétricas será o diferencial para o sucesso do desfecho, preservando a vida da mãe e do filho.
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Saiba Mais |
Neste estudo verificamos que o cuidado de enfermagem à mulher/gestante que apresenta distúrbios hemorrágicos, como o descolamento prematuro da placenta, a rotura uterina e a vasa prévia, implica em uma série de ações do enfermeiro. Dessa forma, oferecemos subsídios para que você possa prestar assistência qualificada nesse momento crítico da vida da mulher.