Processo de Trabalho na Atenção Básica

O processo de trabalho multiprofissional na atenção básica

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Introdução

O processo de trabalho da Estratégia Saúde da Família envolve vários aspectos, como discutimos na Unidade 1. Grande parte desse processo depende dos profissionais da equipe, mas é importante salientar que existem alguns pontos em que a equipe de saúde tem pouca influência por serem aspectos externos, próprios da gestão central. Entretanto, o que fazer com os que podem ser resolvidos nos microespaços das próprias equipes? Refletir acerca deles é fundamental para ampliar a resolutividade da ESF diante das demandas de saúde da população.

Elegemos a interdisciplinaridade como elemento transversal de nossa reflexão a respeito do processo de trabalho e das atribuições das equipes que atuam na Atenção Básica à Saúde. Afinal, as Equipes de Saúde da Família têm um grande desafio: dar conta do potencial resolutivo da Atenção Básica, o que não é pouco.

A ESF tem como propósito reorganizar a prática da Atenção Básica à Saúde, rompendo com a visão da saúde fragmentada, considerando permanentemente que o meio e a forma de organização social em que o indivíduo está inserido têm relevância na ação e na produção de saúde. Assim, a ESF, que é implementada pelo SUS, reafirma os princípios básicos desse sistema, em conformidade com as abordagens sobre as quais já tratamos nos módulos anteriores.

O trabalho da Saúde da Família segue os princípios do processo de trabalho das unidades básicas de saúde.

Figura 1 – Princípios das unidades básicas de saúde

Figura 2 – Esquema demonstrativo da integralidade

No processo de reconhecimento, explicação e intervenção sobre os determinantes de saúde, assim como em qualquer outra dimensão da assistência à saúde, deve haver o apoio e a participação efetiva da comunidade e seus representantes. Cabe à Equipe de Atenção Básica desenvolver práticas assistenciais e de mobilização comunitária que facilitem a identificação e o atendimento dos problemas de saúde dos usuários, além de criar vínculos de corresponsabilidade na manutenção e na recuperação da saúde. Mais do que pessoas que recebem o atendimento, os usuários de saúde e a comunidade devem ser encarados como parceiros no trabalho da Atenção Básica, tão responsáveis quanto e com poder de decisão semelhante aos das equipes de saúde.

Lacerda e Moretti-Pires

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