Módulo 3: Processo Educativo em Saúde
Unidade 3: Práticas educativas em saúde e a pedagogia crítica

Prática Educativa
Metodologias Ativas no processo de ensinar-aprender em saúde
Buscando caminhos para implementar metodologias ativas na prática educativa em saúde: o Arco de Maguerez
Buscando caminhos para implementar metodologias ativas na prática educativa em saúde: o círculo de cultura de Freire

Prática Educativa

A transferência de conhecimentos se dá por meio da cultura e da educação, o que permite que a nova geração não volte ao ponto de partida daquela que a precedeu. Isso possibilita que as novas gerações possam construir novos conhecimentos, novas tecnologias a partir dos conhecimentos já produzidos até o momento, em um fluxo contínuo de construção. Ou seja, não é preciso reinventar a roda.

Pode-se notar, portanto, que a prática pedagógica exerce papel fundamental nesse processo de produção contínua da existência humana e que contribui, decisivamente, para o desenvolvimento (ou não) da capacidade crítico-criativa do indivíduo.

Nesse processo as situações de aprender-ensinar-aprender sempre estão presentes; a educação é inevitável, independente do propósito a que serve. A prática educativa em saúde está intimamente relacionada com os distintos modos de ver e reconhecer o viver, o adoecer e o morrer, bem como, as distintas formas de relações que o homem busca estabelecer com os outros homens e com a natureza. Isso significa dizer, que ensinar e aprender é uma construção histórica, que se transforma a medida que se transforma a sociedade. (REIBNITZ; PRADO, 2006; ACIOLI, 2008)

REIBNITZ, Kenya S, PRADO, Marta Lenise do. Inovação e educação em Enfermagem. Florianópolis: Cidade Futura, 2006. ACIOLI, Sonia. A prática educativa como expressão do cuidado em Saúde Pública. Rev. bras. enferm., Brasília, v. 61, n. 1, fev. 2008 . Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-71672008000100019&lng=pt&nrm=iso . Acesso em: 15 abr. 2012.

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Educar, portanto, não significa adestrar, mas sim, desenvolver a capacidade de aprender como um sujeito crítico, epistemologicamente curioso, que constrói o conhecimento do objeto ou participa de sua construção.

Educar exige apreensão da realidade, não para adaptação, mas para a transformação, para a intervenção e recriação dessa realidade (FREIRE, 1996).

FREIRE, Paulo. Educação como prática da liberdade. 22º ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1996.

 

Como você pode notar, isso só se concretiza através de uma educação baseada na criatividade, que possibilite uma reflexão e uma ação crítica sobre a mesma, e que estejam comprometidas com a transformação social.

A abordagem crítico-reflexiva discute a ação educativa centrada no diálogo entre o educador e o educando, em que sempre há partes de um no outro. Isto porque, o ser humano é vocacionado para ser sujeito, a medida em que ele se posiciona de forma crítica, refletindo sobre sua condição de sujeito, comprometido com sua realidade e, não como um mero espectador das ações de outrem.

E, no momento em que ele se integra com o mundo e no mundo, recria então, sua própria história e decide sobre ela, na condição plena de sujeito. (ALVIM; FERREIRA, 2007)

ALVIM, Neide Aparecida Titonelli; FERREIRA, Márcia de Assunção. Perspectiva problematizadora da educação popular em saúde e a enfermagem. Texto contexto - enferm., Florianópolis, v. 16, n. 2, jun. 2007 . Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-07072007000200015&lng=en&nrm=iso . Acesso em: 15 abr. 2012.

Para atender as reais necessidades das populações e das equipes de saúde, a problematização aparece como elemento essencial na construção de um processo educativo verdadeiro.

Esta é uma possibilidade metodológica que vem se inserindo no campo da saúde, privilegiando o diálogo, o envolvimento político, a reflexão crítica e a autonomia cidadã. (FERNANDES; BACKES, 2010)

FERNANDES, Maria Clara Porto; BACKES, Vânia Marli Schubert. Educação em saúde: perspectivas de uma equipe da Estratégia Saúde da Família sob a óptica de Paulo Freire. Rev. bras. enferm., Brasília, v. 63, n. 4, ago. 2010 . Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-71672010000400011&lng=en&nrm=iso . Acesso em: 15 abr. 2012.