Módulo 3: Processo Educativo em Saúde
Unidade 3: Práticas educativas em saúde e a pedagogia crítica

Prática Educativa
Metodologias Ativas no processo de ensinar-aprender em saúde
Buscando caminhos para implementar metodologias ativas na prática educativa em saúde: o Arco de Maguerez
Buscando caminhos para implementar metodologias ativas na prática educativa em saúde: o círculo de cultura de Freire

Metodologias Ativas no processo de ensinar-aprender em saúde

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Pode-se deduzir que esse processo de ensinar e aprender precisa estar focado na realidade, buscando a participação ativa de todos os envolvidos, de modo que eles sejam capazes de intervir em sua própria realidade, promovendo as transformações necessárias para uma vida plena e para o exercício da cidadania. É nesse contexto que surgem as chamadas metodologias ativas.

Numa proposta de pedagogia crítica, o aluno é o protagonista do seu processo de construção de conhecimentos, porque a ele é dado o direito de decidir sobre seu corpo e sobre sua vida. Como protagonista, ele passa a ser corresponsável pela sua trajetória e, o alcance dos objetivos educacionais traçados está condicionado à sua ativa participação.

Nesse contexto, o aluno-usuário não é visto como depositário de saberes construídos para além de sua realidade que, passivamente, recebe do enfermeiro-educador as informações e conhecimentos das quais precisa. Ele assume a direção de seu caminhar e constrói sua trajetória de aprendizagem, ancorada em sua história de vida e em suas experiências, assim como, na realidade em que está inserido. (REIBNITZ; PRADO, 2006).

REIBNITZ, Kenya S, PRADO, Marta Lenise do. Inovação e educação em Enfermagem. Florianópolis: Cidade Futura, 2006.

Por outro lado, o enfermeiro-educador, centro do processo de aprendizagem na pedagogia tradicional, assume o papel coadjuvante. A ele cabe oferecer as oportunidades, suficientemente significativas, para permitir que, transformadas em situações de aprendizagem, elas despertem, no aluno-usuário a curiosidade e a motivação para mobilizar suas potencialidades e a capacidade de intervenção e em sua própria vida.

Para isso, o enfermeiro-educador precisa desenvolver a sensibilidade para selecionar as experiências adequadas, bem como o contexto em que se processa a formação, imprimindo aí a intencionalidade pedagógica requerida. Nesse processo, o enfermeiro-educador precisa também reconhecer e valorizar o conhecimento e as experiências prévias dos usuários. Portanto, mais do que ensinar o enfermeiro-educador precisa ser uma força motivadora nesse processo de construção e apropriação do conhecimento.

Como diz Freire (2000b), ninguém educa ninguém, todos se educam mediatizados pelo mundo.

Outra expressiva mudança nessa proposta pedagógica está relacionada aos conteúdos da prática educativa. Os conteúdos ou temas a serem discutidos precisam emergir da realidade vivida pelo aluno-usuário e pelo enfermeiro-educador. Precisam ser suficientemente significativos, de tal forma, que sejam capazes de responder à necessidades de conhecimento em saúde ou doença dos usuários.