Em um sentido mais global, já foi enfatizado, em módulos anteriores, que as DCNT são as principais causas de mortes no mundo e geram elevado número de mortes prematuras, perda de qualidade de vida com alto grau de limitação nas atividades de trabalho e de lazer, além de impactos econômicos para as famílias, comunidades e para a sociedade em geral, agravando as iniquidades e aumentando a pobreza (BRASIL, 2011)*.
* BRASIL. Instituto Nacional do Câncer. Coordenação Geral de Ações Estratégicas. Coordenação de Prevenção e Vigilância. Estimativa 2012: incidência de câncer no Brasil. Rio de Janeiro: INCA, 2011.
Porém, ao analisarmos as repercussões individuais, muitas mudanças ocorrem na vida das pessoas com condição crônica, por exemplo: limitações de atividades e frustrações de planos de vida.
As doenças crônicas, incuráveis e permanentes, exigem que o indivíduo ressignifique sua existência, adaptando-se às restrições e às novas condições geradas. Implicam, ainda, em mudanças de hábitos e estilos de vida.
Consulte as referências indicada para saber mais:
FREITAS, M. C.; MENDES, M. M. R. Condição crônica: análise do conceito no contexto da saúde do adulto. Rev. Latino-am. Enfermagem, v.15, n. 4, p. 590-597, jul./ago., 2007. Online: Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rlae/v15n4/pt_v15n4a11.pdf. Acesso em: 29 jun. 2012.
LIRA, G. V.; NATIONS, M. K.; CATRIB, A. M. F. Cronicidade e cuidados de saúde: o que a antropologia da saúde tem a nos ensinar. Texto Contexto Enferm., v. 13, n. 1, p. 147-155, jan./mar., 2004. Online: Disponível em: http://www.nescon.medicina.ufmg.br/biblioteca/imagem/0221.pdf. Acesso em: 29 jun. 2012.
Como vimos, a doença crônica implica em mudanças na visão dos profissionais de saúde, entre eles o enfermeiro, sobre o fato de que o cuidado às condições crônicas requer novas posturas de cuidado que envolvam não só aspectos tecnológicos mas, também, humanísticos.
Pode-se observar, portanto, que as doenças crônicas causam alterações na vida das pessoas, não somente nas questões biomédicas ou na estrutura e funcionamento do seu organismo, mas também trazem alterações nas condições e na qualidade de vida das pessoas.
A pessoa portadora de doença crônica precisa desenvolver novos hábitos, rever seu papel social e incorporar a doença em seu processo de viver buscando melhor qualidade de vida.
Conviver com uma doença crônica, cuja instalação determina mudanças físicas, sociais e psicológicas, levando muitas vezes a hospitalização, torna-se uma realidade com a qual tanto o paciente e seus familiares precisam aprender lidar (SILVA et al., 2004).
SILVA, D. M. G. V. et al. O itinerário terapêutico de pessoas com doença respiratória crônica. Texto Contexto Enferm., v. 13, n. 1, p. 50-56, jan./mar. 2004. Online: Disponível em: http://redalyc.uaemex.mx/pdf/714/71413108.pdf. Acesso em: 29 jun. 2012.