A incompreensão do fato se reflete em vários aspectos. A pessoa vê, por exemplo, na restrição alimentar, também, uma forma de restrição ao convívio familiar ou com os amigos, ela acredita que nestes momentos de reunião, em que frequentemente a comida está presente, não haverá um alimento que seja adequado a sua condição de saúde (FARIA; BELLATO, 2009)*.
* FARIA, A. P. S.; BELLATO, R. A vida cotidiana de quem vivencia a condição crônica do diabete mellitus. Rev. Esc. Enferm. USP, v. 43, n. 4, p. 752-759, 2009. Online: Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v43n4/a03v43n4.pdf. Acesso em: 29 jun. 2012.
Estudos apontam que as restrições alimentares e as condições socioeconômicas aparecem como grandes dificuldades para a adesão dos pacientes ao tratamento, pois a pessoa pobre portadora de doença crônica enfrentará o estresse adicional da falta de dinheiro para a compra da alimentação adequada, para a realização das consultas e dos exames necessários, e para garantir um ambiente saudável de moradia e de trabalho, entre outras questões.
O cotidiano de quem vivencia uma condição crônica reflete-se na sua adesão ao tratamento. E é nesse contexto e na forma como o paciente se vê diante da doença que é possível analisar o seu comportamento e a sua aceitação ao tratamento.
Atente que o termo adesão ao tratamento, tão utilizado quando se fala de uma condição crônica, pode ser definido, de modo geral, como o grau de concordância entre a orientação recebida e a conduta do paciente diante dessas orientações. A pessoa terá mais ou menos adesão ao tratamento de acordo com o seguimento ou não das orientações dadas pelos profissionais. Assim, pode-se avaliar o grau de adesão, tendo como extremo negativo o abandono do seguimento (GUSMÃO et al., 2009).
A adesão ao tratamento é observada no grau de concordância quanto à frequência de consultas, aos cuidados, à terapia não medicamentosa e medicamentosa.
Avaliar a adesão ao tratamento é uma questão chave quando se fala de condição crônica. Muitas estratégias podem ser utilizadas para avaliar a adesão, mas o relato do paciente, apesar de subjetivo, é a estratégia mais utilizada.
Você precisa compreender o grau de conhecimento e as crenças do paciente sobre a sua doença, qual a sua motivação para controlá-la, a habilidade para associar seu comportamento com o controle da doença e quais as suas expectativas no resultado do tratamento, pois todos esses aspectos podem influenciar na adesão (GUSMÃO et al., 2009)*.
* GUSMÃO, J. L. et al. Adesão ao tratamento em hipertensão arterial sistólica isolada. Rev. Bras. Hipertens., v. 16, n. 1, p. 38-43, 2009. Online: Disponível em: http://departamentos.cardiol.br/dha/revista/16-1/11-adesao.pdf. Acesso em: 29 jun. 2012.
Siga em frente e saiba mais sobre o processo e as dificuldades de adesão ao tratamento!