“O símbolo dessa época se revelou no slogan internacionalmente conhecido como: A Liberdade é Terapêutica!” (AMARANTE, 2008, p. 75).
Basaglia testemunhou que uma das terapias mais importantes para lidar com a loucura é a liberdade, pois o homem livre tem a posse de si e da própria vida. A liberdade é terapêutica quando a pessoa pode trabalhar, ganhar seu dinheiro, viver, e essa é uma outra forma de pensar a loucura. “A liberdade é terapêutica quando existe a possibilidade de se relacionar com os outros livremente, fora de espaços institucionais, como o fez contraditoriamente Pinel, ao libertar e aprisionar o louco” (BASAGLIA, 1979, p. 72).
Rotelli refere que a liberdade só é terapêutica quando não se deixa a pessoa só, pois a liberdade é um fato coletivo. “É preciso que estejamos juntos para sermos livres. Ninguém pode ser livre sozinho, ninguém pode ser livre se não se tem uma finalidade comum a todos”, ou seja, para o exercício da liberdade é preciso modificar as instituições, pois elas não se interessam pela liberdade dos indivíduos (ROTELLI, 2008, p. 41).
Rotelli citado por Barros (1994, p. 55) salienta que terapia é “realargar os espaços de liberdade interna do ser humano, no sentido de sua emancipação. Para isto, é necessário também emancipar o ambiente no qual se vive, pois não é possível aumentar a liberdade sem aumentar o estatuto de liberdade de sua volta”.
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No decorrer da história observou-se que o tratamento da loucura passou por várias etapas e, mesmo assim, não atingiu os fins propostos para a cura, pois os estudos estavam centrados na doença, deixando de lado o ser humano. No século XX, o manicômio deixa de ser o espaço definitivo do louco. A liberdade terapêutica passou a ser um questionamento ao saber psiquiátrico, às formas de tratamento manicomial do louco e da loucura e à discussão sobre os direitos e ao acesso a formas substitutivas de tratamento que ofereçam dignidade a vida humana. A Liberdade Terapêutica inicia a discussão dos direitos humanos dos loucos buscando, assim, formas de cuidar da pessoa em sofrimento.
Assim encerramos o estudo sobre os aspectos das Reformas Psiquiátricas.