Módulo 6: Politica de redes de atenção à saúde
Unidade 2: Promoção da saúde nos diferentes níveis de atenção

Conceito e abrangência da promoção da saúde
Conferencias e Declarações
A Política de Promoção da Saúde / Evolução no Brasil
Determinantes sociais de saúde
Conceito de risco e Vulnerabilidade
Risco, vulnerabilidade e doença crônica não transmissível
O desafio da promoção da saúde em condições crônicas

Diferenças entre risco e vulnerabilidade

A vulnerabilidade expressa os potenciais de adoecimento/não adoecimento relacionados a todo e a cada indivíduo que vive em certo conjunto de condições (AYRES, 1997; TAKAHASHI, 2006)*.

Diferentemente a identificação do risco busca a universalidade, não a reprodutibilidade ampliada de sua fenomenologia e inferência (AYRES, 1997; TAKAHASHI, 2006)*.

Considera-se que enquanto o risco indica probabilidades, a vulnerabilidade é um indicador da iniquidade e da desigualdade social. A vulnerabilidade antecede ao risco e determina os diferentes riscos de se infectar, adoecer e morrer. Ambos, risco e vulnerabilidade, são importantes na interpretação do processo saúde-doença (AYRES, 1997)*.

O conceito de risco e de fator de risco, bem como os estudos que abordam tal temática não contemplam a discussão de muitas questões relacionadas ao processo de saúde-doença e sociedade. Assim, visando buscar outros aspectos presentes no processo do viver humano, o termo vulnerabilidade passou a ser utilizado no campo da saúde pública, ampliando a dimensão biológica e incorporando outros elementos (PORTO, 2007)*.

Ainda refere-se que a vulnerabilidade diferencia-se do risco por expressar o potencial de adoecimento/não relacionado a todo e qualquer indivíduo que viva sob determinado conjunto de condições, enquanto o risco tenta expressar as chances matemáticas de adoecimento de um indivíduo quando portador de características específicas (AYRES et al., 2006; AYRES et al., 2003)*.

Assim, a avaliação dos componentes da vulnerabilidade pode ser utilizada como referência para interpretar qualquer agravo. Com base nessa abordagem, amplia-se o campo de atuação dos programas de saúde e torna-se possível a formulação de políticas que tenham como ponto de referência as necessidades da coletividade (MUÑOZ SÁNCHEZ; BERTOLOZZI, 2007)*.

Em busca da promoção da saúde e prevenção das doenças, a Enfermagem tem atuado de modo intenso com a população, desempenhando seu papel de educação em saúde nos diferentes níveis de atenção. Sua atuação profissional objetiva orientar e estimular a participação dos sujeitos em ações que promovam melhores condições de vida e saúde. Neste contexto, uma das estratégias adotadas é a avaliação dos riscos e das vulnerabilidades a que determinado sujeito ou população estão expostos (BARRA et al., 2010)*.

Palavra do Profissional
Agora reflita sobre o doente crônico que você prestou atendimento e discuta com seus colegas sobre as vulnerabilidades que você identificou quando estava cuidando dele.

Saiba Mais
Para inteirar-se sobre o assunto, leia o artigo:

BERARDINELLI, L. M. M. et al. “Cronicidade e vulnerabilidade em saúde de grupos populacionais: implicações para o cuidado”. Revista UERJ Enfermagem, Rio de Janeiro. v. 18 n. 4, p. 553-8. out./dez. 2010.

Este artigo objetivou classificar as vulnerabilidades em saúde dos sujeitos com agravos crônicos (122 participantes), analisando suas suscetibilidades e as implicações para o cuidado de enfermagem. Disponível em http://www.facenf.uerj.br/v18n4/v18n4a09.pdf.