A condição crônica pode ser considerada como experiência de vida que envolve permanência e desvio do normal, causados por patologias que acarretam perdas e disfunções, além de permanente alteração no cotidiano das pessoas. Essa permanência causa estresse devido à alteração da imagem corporal, necessidade de adequação social e psicológica, além de mudança na expectativa de vida (FREITAS; MENDES, 2007)*.
Assim, a doença crônica gera outras condições crônicas, afetando famílias que assumem maiores responsabilidades no controle desses eventos, por meio das descobertas diárias que vão exigir habilidades especiais de natureza médica, social e emocional da condição. Isso faz com que as famílias vivam com incertezas, enfrentando dilemas éticos, individuais, sociais e profissionais, devendo assumir gastos grandes e contínuos com o tratamento (FREITAS; MENDES, 2007)*.
Os eventos consequentes devem ser considerados porque as pessoas vão exigir intervenção familiar, mudança no estilo de vida, diminuição de dor, isolamento social, aposentadoria prematura. A soma dessas responsabilidades familiares leva à depressão e evidencia o aumento dos custos com a condição crônica de saúde do adulto (FREITAS; MENDES, 2007)*.
Dessa forma, observa-se que pessoas em condições crônicas podem passar por fases distintas que levam a períodos de estabilidade e instabilidade, exacerbando a remissão, trazendo em cada fase seu conjunto próprio de problemas físicos, psicológicos e sociais, que requerem diferentes modos e tipos de gerenciamento. (FREITAS; MENDES, 2007)*.
Enfim, nas últimas décadas, a condição crônica tornou mais e mais importante a necessidade de “cuidado da vida”, de modo que a vulnerabilidade ao adoecer e as chances de incapacidades, de sofrimento crônico e de morte prematura de indivíduos e população possam ser reduzidas (BRASIL, 2006*).
A promoção da saúde necessita de uma estratégia de articulação transversal na qual se confira visibilidade aos fatores que colocam a saúde da população em risco e às diferenças entre necessidades, territórios e culturas presentes no nosso País, visando à criação de mecanismos que reduzam as situações de vulnerabilidade, defendam radicalmente a equidade e incorporem a participação e o controle sociais na gestão das políticas públicas (BRASIL, 2010)*.