Módulo 6: Estruturação do campo da atenção psicossocial no contexto da reforma psiquiátrica e do sus
Unidade 2:Controle Social no Campo da Saúde Mental

Empoderamento de Usuários e Familiares para a Participação na Construção das Políticas, na Gestão e na Clínica.
Movimentos Sociais: Participação de Usuários, Familiares e Trabalhadores.
Controle social e conselhos de saúde
Conferências de saúde mental

Movimento nacional de luta antimanicominial (MNLA)

No Movimento Nacional de Luta Antimanicomial – MNLA há uma organização em constante avaliação e, no momento, há uma Secretaria Executiva Nacional Colegiada que é responsável por convocar plenárias e encontros do movimento, a cada dois anos, para debater e trocar vivências entre os núcleos, constituindo-se em instância soberana das deliberações. Nos encontros, discutem-se a eleição de representantes para a Comissão Intersetorial de Saúde Mental – CISM – do Conselho Nacional de Saúde; a escolha de núcleos que comporão a Secretaria Executiva Nacional Colegiada; e a escolha da sede do próximo encontro do movimento. Até o momento, aconteceram os seguintes encontros:

VI Encontro Nacional da Luta Antimanicomial, São Paulo/SP, 2005.
VII Encontro Nacional da Luta Antimanicomial, Vitória/ES, 2007.
VIII Encontro Nacional da Luta Antimanicomial, São Bernardo/SP, 2009.
IX Encontro Nacional da Luta Antimanicomial, Angra dos Reis/RJ, 2011.

Em média, a participação tem alcançado cerca de mil pessoas por evento. O MNLA organiza-se e articula-se com o objetivo de transformar as condições, relações e representações acerca da loucura em nossa sociedade. Suas ações e lutas estão direcionadas e vêm impactando as diferentes dimensões da vida social.

Fique atento, o X Encontro do MNLA está previsto para acontecer em 2013, na cidade de Itajaí, em Santa Catarina.

Os movimentos sociais não se constituem como fenômenos coletivos homogêneos ou como personagens dotados de vontades, ao contrário, compõem-se de projetos e sentidos independentes. Eles são ações coletivas de caráter fragmentário e heterogêneo que destinam boa parte de suas energias e recursos para o gerenciamento de sua complexidade (LUCHMANN; RODRIGUES, 2007). Assim:

Resgatando análise de Melucci, pode-se dizer que o MNLA é: uma ação coletiva cuja orientação comporta solidariedade, manifesta conflitos e implica a ruptura dos limites de compatibilidade do sistema de saúde mental no país. A configuração dos atores e instituições (trabalhadores, profissionais, políticos, empresários, usuários e familiares) conforma um quadro multipolar deste campo que, embora atravessado por diversos conflitos e ambiguidades, vem promovendo alterações significativas nas quatro dimensões apontadas, quais sejam: epistemológica, técnico-assistencial, político-jurídico, e sociocultural (LUCHMANN; RODRIGUES, 2007, p. 406).

REDE NACIONAL INTERNÚCLEOS

Em 2003, vários núcleos do movimento reaglutinaram-se sob a bandeira dos direitos humanos, constituindo assim a Rede Nacional Internúcleos da Luta Antimanicomial (RENILA).

A RENILA realizou o seu primeiro encontro nacional em dezembro de 2004, no estado do Ceará. O segundo encontro ocorreu no ano de 2007, e o terceiro encontro em 2011, ambos em Goiânia. No que se refere à estruturação e o funcionamento da RENILA, cabe destacar que é composta por núcleos, considerados elementos de base. A entrada no movimento dá-se pela solicitação de adesão e concordância com a Carta de Princípios da RENILA. Tem uma coordenação Colegiada eleita em cada encontro nacional, composta por dois representantes de cada estado (OSM, 2012).

A Rede Nacional Internúcleos da Luta Antimanicomial constitui-se em uma ação coletiva, visa a transformação radical das relações entre sociedade e loucura ao combater formas de aprisionamento das pessoas com experiências da loucura e lutar por sua cidadania.

Em um campo mais amplo a saúde mental caminha junto com os direitos humanos para garantir uma assistência em liberdade (OSM, 2003).

Por outro lado, a RENILA convocou, em 2009, a Marcha dos Usuários em Brasília com participação aproximada de 2.300 pessoas, com o objetivo de mobilizar o Estado a realizar a IV Conferência Nacional de Saúde Mental. No relatório final da Marcha (CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA, 2010), já discutido na Unidade anterior, existem várias propostas que expressam as concepções e ações da RENILA.

Saiba Mais
Para conhecer a discussão sobre algumas das propostas das duas formas de organização da luta antimanicomial acima citadas – MNLA e RENILA.
Clique aqui e confira.
http://www.grupos.com.br/group/mnla.

Com este estudo você aprimorou um pouco mais seus conhecimento a cerca da importância dos movimentos sociais e suas implicações para a Saúde Mental.