O exame vaginal é realizado na admissão, caso haja atividade uterina significativa, e se a mulher perceber pressão perineal. Ou ainda se houver urgência para empurrar, rompimento das membranas amnióticas ou quando forem notadas desacelerações da Frequência Cardio-Fetal - FCF.
Durante o exame vaginal (toque), realizado pelo médico obstetra ou enfermeiro obstetra, são avaliados:
• Dilatação, apagamento e consistência do colo uterino.
• Apresentação, posição e descida fetal; membranas amnióticas e líquido da bolsa; proporcionalidade feto-pélvica.Trata-se de um exame desconfortável, a explicação de sua realização e necessidade é importante para a redução do estresse e ansiedade.
Os toques vaginais subsequentes ao da admissão na maternidade podem ser adiados até a fase ativa do trabalho de parto e devem ser utilizados com parcimônia quando há suspeita ou confirmação de amniorrexe prematura (bolsa amniótica que se rompe antes do início do trabalho de parto). Quando existe sangramento vaginal, o toque deve ser realizado de forma controlada, pois pode se tratar de placenta prévia, condição em que o toque pode provocar piora do sangramento, com possíveis repercussões maternas e fetais (BRASIL, 2001).
O controle rigoroso da FCF durante o trabalho de parto assegura, na maioria dos casos, a adoção de medidas apropriadas para garantir o nascimento de uma criança em boas condições. O controle periódico da FCF, mesmo na gestação de baixo risco, é imprescindível. Na fase latente do trabalho de parto e no início da fase ativa, esse controle deve ser feito a cada 60 minutos. Este intervalo deve ser reduzido para 30 minutos de acordo com a progressão da fase ativa do trabalho de parto.
Nas gestações de baixo risco, a monitorização contínua da FCF pode limitar a movimentação da parturiente e gerar intervenções desnecessárias. Casos de excesso de contratilidade uterina (taquissistolia, hipertonia) espontânea ou iatrogênica podem levar ao sofrimento fetal agudo que se instala em poucos minutos, o que exige a vigilância contínua da FCF até que o quadro seja revertido. Nestes casos, é desejável o uso de monitores fetais na vigilância contínua da FCF, mas estes podem ser substituídos pela presença do profissional de saúde ao lado da parturiente e sua avaliação, com a vantagem de que essa presença pode contribuir para a tranquilização da parturiente e, consequentemente, a resolução mais rápida da hipercontratilidade uterina (BRASIL, 2001).
Neste período, (Expulsão) ocorre o aumento dos riscos fetais, devido à compressão do polo cefálico na passagem pelo canal de parto, associada à diminuição da circulação uteroplacentária, pelas contrações uterinas mais intensas e frequentes, favorecendo a hipóxia e a acidose fetal. Portanto, a monitorização efetiva do bem-estar fetal deve ser realizada pela ausculta da FCF de forma intermitente, com o uso do estetoscópio fetal ou sonar Doppler (BRASIL, 2001). A avaliação pode indicar sofrimento fetal – quando a FCF é menor que 100 batimentos por minuto (bpm) em três contrações consecutivas ou quando há taquicardia fetal com FCF superior a 160 bpm (NEME, 2000; SAITO; RIESCO; OLIVEIRA, 2006).
Com relação aos fenômenos mecânicos do parto, no período expulsivo ocorrem à descida e rotação da cabeça (que acontecem tanto no período de dilatação quanto no período expulsivo), além do desprendimento da apresentação e demais partes do feto, conforme mostrado na figura abaixo.
Figura 2.2 – Fenômenos mecânicos do parto.
Fonte: Manual do Ministério da Saúde, Brasil (2001).
Continuando nossos estudos, passaremos agora para o terceiro período do parto.