Módulo 6: Linha de Cuidado nas Urgências/Emergências Clínicas Respiratórias e Metabólicas
Unidade 2: Aplicação da metodologia da assistência nas desordens metabólicas e eletrolíticas

Emergências médicas metabólicas
Distúrbios do potássio
Distúrbios do cálcio
Distúrbios do sódio (Na+)

Hipernatremia

Hipernatremia

É definida como uma concentração sérica de sódio maior que 145mEq/L. O sódio é o principal determinante da osmolaridade sérica e o mais importante cátion do ambiente extracelular (NIMMO et al., 2009; MARTINS; SCALABRINI NETO; VELASCO, 2005).

As principais causas da hipernatremia são (NIMMO et al., 2009; MARTINS; SCALABRINI NETO; VELASCO, 2005):

• Medicamentos: diuréticos de alça, lítio, anfotericina B, demeclociclina.

• Alterações eletrolíticas: hipercalcemia ou hipocalemia (causando diabetes insipidus nefrogênico adquirido).

• Hiperglicemia com diurese osmótica e perda de água.

• Doença renal intrínseca (perda de água livre).

• Fase poliúrica da necrose tubular aguda.

• Perdas pelo trato gastrointestinal (vômitos, diarreia, fístulas, sonda nasogástrica).

• Perdas pela pele (queimadura, sudorese excessiva).

• Diabetes insipidus central ou nefrogênico.

Saiba Mais
Convidamos você para, a seguir, acesssar os links sugeridos abaixo para que você possa aprofundar mais sobre a hipernatremia.

Hipernatremia: uma revisão, clique aqui.

Sobre Hipernatremia, clique aqui.

Manifestações Clínicas:

• Sede intensa

• Fraqueza muscular

• Convulsões

• Confusão mental

• Coma e morte

• Alterações osmóticas desencadeadas pela hipernatremia no SNC podem ocasionar ruptura vascular, sangramento cerebral, hemorragia subaracnóidea e sequelas neurológicas permanentes.

Na prática clínica, encontramos um paciente desidratado com quadro neurológico proporcional à osmolaridade: com 320 mOsm/L, ocorre confusão mental; com 340 mOsm/L, surge o coma e com 360 mOsm/L pode haver apneia (NIMMO, et al., 2009)

Tratamento

O tratamento da hipernatremia tem três objetivos conforme destacam Martins, Scalabrini Neto e Velasco (2005):

• Tratar a doença desencadeante.

• Evitar uma redução rápida do sódio para evitar lesões adicionais no SNC.

• Hidratar o paciente.

• Se o paciente estiver hipovolêmico, a prioridade é o soro fisiológico, até conseguir estabilização hemodinâmica.

• Após a estabilização hemodinâmica, deve-se trocar a reposição volêmica para soro hipotônico (0,45% ou 0,22%).

• A taxa máxima de redução do sódio sérico para evitar edema cerebral iatrogênico é: máximo de 0,5 a 1mEq/L/h; e máximo de 12 mEq em 24 horas.

• Deve-se sempre calcular a variação estimada de sódio com 1 L de qualquer solução a ser infundida.

Uma queda muito rápida no sódio pode ser mais grave do que a própria hipernatremia.

Intervenções de Enfermagem:

• Monitorar o quadro hemodinâmico.

• Puncionar veia calibrosa.

• Administrar volume.

• Avaliar o nível de consciência.

• Monitorar débito urinário.

• Fazer balanço hidroeletrolítico das 24 horas.

• Observar e comunicar presença de convulsão, vômito, diarreia e sudorese excessiva.

• Estar atento às queixas do paciente.

Dessa forma, suponhamos que você recebe um paciente, senhor LO, de 58 anos, na emergência com quadro de sudorese intensa e referindo fraqueza muscular. PA 120/80 mmHg e P: 86bpm. Por suspeitar-se de hipernatremia, o médico solicitou exames de eletrólitos e constatou que o sódio era de 158mEq/L, potássio 4,6 mEq/L. Seu peso era de 68 Kg. A partir de todos os cuidados de enfermagem realizados e o tratamento médico iniciado a meta era normalizar o sódio. Como foi feito isso?

Compreendido? Então dediquemo-nos agora, na próxima página, à hiponatrenia.