Módulo 6: Linha de Cuidado nas Urgências/Emergências Clínicas Respiratórias e Metabólicas
Unidade 2: Aplicação da metodologia da assistência nas desordens metabólicas e eletrolíticas

Emergências médicas metabólicas
Distúrbios do potássio
Distúrbios do cálcio
Distúrbios do sódio (Na+)

Hipercalemia

Os distúrbios eletrolíticos estão em uma lacuna de evidências e, muitas vezes os pacientes estão em risco iminente de morte e que necessitam de diagnóstico e tratamento. O diagnóstico mais usado é o laboratorial (hiper ou hipo), mas algumas vezes o tratamento dessas anormalidades pode ser iniciado antes de se conhecer o resultado do exame.

Distúrbios do potássio

Vamos inicialmente observar alguns aspectos da fisiopatologia do potássio?

Figura: Mecanismo de excreção e absorção de K pelos rins.
Fonte: http://www.medicinapratica.com.br/

Em média ingerimos entre 50 e 150mEq/L ao dia de potássio. Por outro lado excretamos pelo suor 16-18MEq/l; pelas fezes 5-10mEq/L e o restante pelos rins (NIMMO et al., 2009; MARTINS; SCALABRINI NETO; VELASCO, 2005).

Veja na animação a seguir como as alterações séricas são classificadas, de acordo com Nimmo et al. (2009); Martins, Scalabrini Neto e Velasco (2005).

Hipercalemia

Dentre os distúrbios encontrados na prática clínica, os relacionados ao potássio são muito frequentes e, muitas vezes, constituem-se em emergência clínica. A Hipercalemia pode causar a morte súbita sem sinais de alerta. Ela é definida como uma concentração sérica maior que 5mEq/L. Mais frequentemente ela ocorre devido à liberação de potássio das células ou à prejudicada excreção pelos rins. (NIMMO et al., 2009; MARTINS; SCALABRINI NETO; VELASCO, 2005).

Os sintomas incluem parestesias (alteração na sensibilidade), fraqueza muscular, formigamento e mal estar. Pode não haver sinais clínicos. Vamos então entender a Hipercalemia e compreender como prestar uma assistência segura ao paciente que apresenta esta alteração em ambientes de emergência na Rede de Atenção à Saúde. (NIMMO et al., 2009; MARTINS; SCALABRINI NETO; VELASCO, 2005).

O diagnóstico é feito pela identificação da elevação do potássio, o nível absoluto e a taxa de aumento são importantes. Um aumento abrupto de 2 mmol, por exemplo, a partir de 4 mEq/L para 6 mEq/L, pode causar arritmias, enquanto alguns pacientes com insuficiência renal crônica podem tolerar níveis mais elevados. Deve-se considerar o nível de 6mEq/L como potencialmente perigoso (NIMMO et al., 2009; MARTINS; SCALABRINI NETO; VELASCO, 2005).

As alterações no ECG podem fornecer a primeira pista para hipercalemia e a sua gravidade. O ECG pode ser normal na presença de hipercalemia perigosa.

Quais são as principais causas da hipercalemia?

Dentre as principais causas destacam-se (NIMMO et al., 2009; MARTINS; SCALABRINI NETO; VELASCO, 2005):

1. Excreção reduzida

• Falência renal.

• Fármacos como: diuréticos poupadores de potássio: espironolactona, triantereno, amilorida; inibidores da (ECA) Enzima de conversão da angiotensina e antagonistas da angiotensina II; anti-inflamatórios não hormonais.

• Hipoaldosteranismo: insuficiência adrenal

2. Alteração no potássio celular

• Os danos dos tecidos: rabdomiólise, trauma, queimaduras, hemólise, hemorragia interna

• Drogas: suxametônio, digoxina, beta-bloqueadores

• Acidose

• Outros: hiperosmolaridade, falta de insulina, paralisia periódica

3. Ingestão excessiva

4. Pseudohipercalemia

• Trombocitose, leucocitose.

• Hemólise: in vitro ou amostragem

• Análise tardia do paciente

Saiba Mais
Convidamos você a aprofundar esta temática acessando os links abaixo disponibilizados:

Alterações eletrocardiográficas pelos distúrbios eletrolíticos, clique aqui.

Clique aqui para acessar uma série de vídeos .

Sobre o distúrbio do equilíbrio hidroeletrolítico, clique aqui.

Ressaltamos que as principais alterações do ECG (Figura 1) na Hipercalemia são:

• Intervalo PR prolongado.

• Ondas T pontiagudas ou apiculadas (em forma de tenda).

• Alargamento do intervalo QRS e ausência ou achatamento das ondas P.

• Formação de onda sinusoidal.

• Fibrilação ventricular ou assistolia.

Figura: Alterações ECG na hipercalemia.
Fonte: http://ecgepm.com/2011/12/28/ecg-e-hipercalemia

Para entender melhor os ensinamentos, vamos analisar o seguinte caso:

Suponhamos que você recebe em sua unidade a paciente NFO, de 58 anos, lúcida, queixando-se de formigamento nos braços e mal estar geral. Você verifica a PA que se revela 160/90 mmHg. NFO relata que faz uso de Captopril 40mg há três anos. Logo após a verificação da PA você percebe que NFO apresenta-se subitamente sonolenta quase letárgica. Qual sua conduta neste caso?

Como principal conduta, você deve buscar a Estabilização Imediata. Quais os cuidados de enfermagem que fazem parte desta etapa?

Registre sua resposta na ferramenta destaque de conteúdo.

Palavra de Profissional
Lembre-se: você vai precisar utilizar conhecimentos adquiridos em outras ocasiões para estabelecer a classificação de risco desta paciente nesta situação. Veja que ela apresentava-se lúcida e subitamente fica sonolenta. A classificação que a paciente deve receber é a Laranja, pois apresenta alteração do nível de consciência. A continuidade do atendimento não deve levar mais do que dez minutos. Selecione a terminologia de referência de enfermagem que você aprendeu e dê continuidade a sua linha de cuidado.

Então, como proceder? Vejamos na página seguinte.