Você já sabe que a diabete mellitus é um grupo comum de desordens metabólicas caracterizada por hiperglicemia crônica que resulta de deficiência relativa de insulina, resistência à insulina ou ambas. A diabetes é comumente primária, mas pode ser secundária para outras condições, ao qual inclui a pancreática (ex. pancreatite total, pancreatite crônica, hemocromatose) e doenças endócrinas (ex. acromegalia e síndrome de Cushing). Ela pode ser induzida por fármacos, mais comumente pelos diuréticos tiazídicos e corticosteroides (NIMMO et al., 2009; MARTINS; SCALABRINI NETO; VELASCO,
2005; KWON; TSAI, 2007). Divide-se em:
• Diabetes Tipo 1 (Diabetes insulina dependente);
• Diabetes Tipo 2 (Diabetes não insulino-dependente).
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Cetoacidose diabética
É a marca da diabetes tipo 1. Ela normalmente não ocorre em diabetes não insulino-dependente, entretanto, recentemente a cetoacidose diabética está sendo reconhecida em alguns tipos de diabetes tipo II, especialmente em culturas Afro-Caribenhos. Lembre-se que podem ser prescritos aos pacientes, insulina para controle do diabetes, e, estes não serem ainda insulino-dependentes (NIMMO et al., 2009; MARTINS; SCALABRINI NETO; VELASCO,
2005; KWON; TSAI, 2007).
A cetoacidose ocorre nas seguintes circunstâncias:
Estresse de doenças intercorrentes (exemplo: sepse) – em torno de 30 a 40%;
Interrupção da terapia de insulina – em torno de 20 a 25%;
Diabetes previamente não diagnosticada – em torno de 25%.
A Cetoacidose Diabética é definida como:
Hiperglicemia (>14mmol/l = mg/dl). Acidose Metabólica (ph< 7.35 ou bicarbonato < 15mmol//l) Anion gap elevado (ferramenta clínica para diferenciar os tipos principais de acidose metabólica.
Ela é calculada através do nível de sódio menos os níveis de cloro e bicarbonato somados: Anion gap = ( [Na+] ) - ( [Cl-]+[HCO3-] ) (NIMMO et al., 2009).
Você sabia que 8,9% dos pacientes com diabetes tem um episódio de cetoacidose diabética em um ano: 42% dos pacientes com cetoacidose têm mais do que um episódio: 14% dos pacientes com glicose (superior) > 11mmol/l e qualquer queixa, têm cetoacidose, e 25% dos pacientes com cetoacidose têm novo início de diabetes, e, ainda, a cetoacidose, neste caso, pode não ter causa subjacente (NIMMO et al., 2009).
Vejamos agora a fisiopatologia da cetoacidose diabética.
Como, então, podemos avaliar os sinais e sintomas?
• Os sinais do diabetes descontrolado são: poliúria e perda de peso.
• Os sinais da acidose são: hiperventilação, respiração de Kussmaul e vômito.
• Dor abdominal semelhante à de abdômen agudo (exclua IAM - Infarto Agudo do Miocárdio) e pense em condições intra-abdominais disparadas pela cetoacidose (como, por exemplo, a pancreatite).
• Sintomas de estado mental alterado, confusão e torpor são comuns e coma pode ser observado em até 5% dos pacientes.
• Choque hipovolêmico e morte podem ocorrer em casos extremos.
• Durante o exame avalie o estado de hidratação, frequência da respiração, hálito cetônico e temperatura (especialmente fique atento à hipotermia).
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A seguir, apresentamos um resumo dos principais níveis de alteração da cetoacidose:
Fonte: NIMMO et al., 2009.
Para entender melhor esses ensinamentos, vamos analisar o seguinte caso:
Você recebe um paciente, Sr. MNO, na Unidade de Emergência, do sexo masculino, 49 anos acompanhado de sua esposa, vomitando, confuso, pálido e hálito cetônico. Sua pele está discretamente fria e sudoréica. SV revelam PA: 160/90mmHg; P:120bpm; FR: 28mvpm e T:35,5°C. A esposa revela que MNO é diabético e faz uso de insulina regular há seis anos. Segundo informações MNO faz controle diário da glicemia capilar. Neste período, revela ainda que o Sr MNO perdeu bastante peso e vem se sentido muito fraco.
Como proceder nesta situação?
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Relembrando o Módulo V:
Na próxima página, vamos estruturar as Intervenções de Enfermagem para os pacientes nesta situação fundamentada em Nimmo et al. (2009), Martins, Scalabrini Neto e Velasco (2005) e Kwon e Tsai (2007). Lembre-se de seguir a terminologia de referência de sua unidade para a padronização do Processo de Enfermagem, conforme salientamos no Módulo V.