Módulo 6: Linha de Cuidado nas Urgências/Emergências Clínicas Respiratórias e Metabólicas
Unidade 3: Aplicação da metodologia da assistência de enfermagem nas intoxicações exógenas

Intoxicações exógenas
Intoxicação por organofosforados e carbamatos
Intoxicação por fármacos e drogas não lícitas
Intoxicação por acidentes com animais peçonhentos

Intoxicação por chumbinho

Veja na animação a seguir os graus de classificação do paciente intoxicado por chumbinho, conforme destaca Moraes (1999):

Conduta de acordo com a classificação de gravidade

Grau 0:

• observação por 6 horas.

Grau 1:

• Lavagem gástrica (LG) com seis litros ou mais de SF a 0,9% (enquanto sair o agente tóxico).

• Observação por 12 horas. Mantendo-se assintomático, liberar o paciente. Caso apresente sintomatologia, reclassificar e proceder à conduta.

Grau 2:

• Lavagem gástrica (LG) com seis litros ou mais de SF a 0,9% (enquanto sair o agente tóxico).

• Carvão ativado (CA) via sonda nasogástrica (SNG), por lavagem, em dose única de 25g em 250ml de SF a 0,9% para adulto, e 0,5g/kg para crianças.

• Catártico salino hidróxido de magnésio - 30 ml via SNG 1 hora após CA.

• Atropina - 1mg, EV, de 15/15 min.

• Telerradiografia de tórax - quando houver suspeita de broncoaspiração.

• Reavaliação de 2/2 horas, com nova classificação, quando necessário.

• Observação por pelo menos 12 horas, após término da atropinização.

Grau 3:

• LG com 8 litros de SF a 0,9% ou mais.

• CA via SNG, de 6/6 horas, até 24 horas.

• Catártico salino, 1 hora após cada dose do carvão.

• Atropina - 1,5mg, EV, de 15/15 min. para adultos e 0,03mg/kg/dose, de 15/15 min. para crianças.

• Telerradiografia de tórax.

• Medidas sintomáticas e de suporte.

• Reavaliação e nova classificação, se necessário, de 2/2 horas.

• Observação por pelo menos 18 horas, após término da atropinização.

É importante cautela com a atropinização destes pacientes, pois, ao mesmo tempo em que podem ter uma melhora rápida, devendo haver a diminuição da dose da atropina, podem evoluir com comprometimento respiratório, necessitando aumentar a dose.

Grau 4:

• LG com 10L de SF a 0,9% ou mais.

• Atropina - 2,0 mg, EV, de 10/10 minutos, em adultos, e 0,05mg/kg/dose, de 10/10 minutos, em crianças.

• CA via SNG, de 6/6 horas, por 24 horas.

• Catártico salino.

• Telerradiografia de tórax.

• Monitorização cardíaca.

• Medidas sintomáticas e de suporte.

• Reavaliação de 1/1 hora.

• Observação por no mínimo 24 horas após término da atropinização.

• Avaliar indicação de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), pelo risco de desenvolver Insuficiência Respiratória.

Grau 5 - idêntico ao grau 4, exceto:

• Atropina - 2mg, EV, de 10/10min, em adultos, e 0,05mg/kg/dose, de 10/10min, em crianças; Em casos muito graves pode ser aumentada a dose.

• Observação por 24 e 48 horas, no mínimo, após término da atropinização.

• Indicação de UTI.

Ainda com relação à intoxicação por inibidores da acetilcolinesterase, tanto os compostos organofosforados quanto os carbamatos os grupos levam à hiperglicemia transitória até 05 vezes superior aos valores normais, sendo, contudo contraindicado o uso de insulina.

Neste estudo, vimos que a utilização irregular de carbamatos e organofosforados e sua comercialização ilegal são as causas de muitas intoxicações exógenas. Verificamos que a conduta é estipulada de acordo com a classificação de gravidade do paciente intoxicado por chumbinho, sempre com muita cautela.