Módulo 6: Linha de Cuidado nas Urgências/Emergências Clínicas Respiratórias e Metabólicas
Unidade 3: Aplicação da metodologia da assistência de enfermagem nas intoxicações exógenas

Intoxicações exógenas
Intoxicação por organofosforados e carbamatos
Intoxicação por fármacos e drogas não lícitas
Intoxicação por acidentes com animais peçonhentos

Serpentes

Peçonhentos são os animais que injetam veneno com facilidade e de maneira ativa, como, por exemplo, serpentes, aranhas, escorpiões, lacraias, abelhas, vespas, marimbondos e arraias. Já os animais venenosos são aqueles que produzem veneno, mas não possuem um aparelho inoculador (dentes, ferrões), provocando envenenamento passivo por contato (taturana), por compressão (sapo) ou por ingestão (peixe baiacu), (BRASIL, 2001).

Serpentes

Acidente ofídico ou ofidismo é o quadro de envenenamento decorrente da inoculação de toxinas através do aparelho inoculador (presas) de serpentes. O efeito do envenenamento produz manifestações locais e sistêmicas. No Brasil, as serpentes peçonhentas são representadas por quatro gêneros: serpentes do grupo Bothrops, Crotalus (cascavel); Lachesis (surucucu-pico-de-jaca) e Micrurus (coral-verdadeira).

Veja na animação os tipos de acidentes ofídicos que elas provocam:

Tratamento

O tratamento é feito com a aplicação do soro (antiveneno) específico para cada tipo de acidente, de acordo com a gravidade do envenenamento. A aplicação dos soros deve ser por via intravenosa, podendo ser diluídos ou não, em solução fisiológica ou glicosada. Durante a infusão e nas primeiras horas após a administração do soro, o paciente deve ser rigorosamente monitorado para a detecção precoce da ocorrência de reações, tais como urticária, náuseas/vômitos, rouquidão e estridor laríngeo, broncoespasmo, hipotensão e choque. Uma vez diagnosticada a reação, a soroterapia deve ser interrompida e posteriormente reinstituída após tratamento da anafilaxia.

Quadro: Recomendações do Ministério da Saúde de acordo com o tipo de acidente

Fonte: Brasil (2001).

Intervenções de enfermagem

1. Coloque o paciente em repouso absoluto no leito, com elevação da região atingida pela picada (posição de drenagem de edema).

2. Lave o local atingido com água e sabão e/ou solução antisséptica.

3. Remova anéis, pulseiras, roupas ou quaisquer objetos constrictivos.

4. Caso haja presença de garrote, não retirá-lo imediatamente (risco de choque).

5. Instale acesso venoso em veia de médio calibre (antebraço/braço). Não puncione o membro afetado. A retirada do garrote deverá ser feita de forma gradual e lenta, levando-se em conta o nível de isquemia da extremidade.

6. Na administração da soroterapia, verifique na prescrição o tipo e quantidade do soro. As ampolas deverão ser diluídas em 100 ml de SG 5% e infundidas, via EV, com gotejamento rápido.

7. Realize profilaxia contra reações anafilactóides, com a administração prévia, 10 a 15 minutos, de anti-histamínico e corticóide conforme prescrição.

8. Observe possíveis reações precoces durante a infusão, com vigilância permanente até 2 horas após o término.

9. Caso seja observada urticária, tremores, tosse, náuseas, dor abdominal, rubor facial ou prurido, interromper imediatamente a infusão do soro e informar ao médico assistente, para a conduta específica. A soroterapia poderá ou não ser reiniciada a critério médico.

10. Realize balanço hídrico rigoroso, mantendo hidratação adequada para diurese entre 30 a 40 ml/hora em adultos e 1 a 2 ml/kg/h em crianças.

11. Mantenha o controle de sinais vitais.

Saiba Mais
Convidamos você a acessar o link disponibilizado a seguir para aprofundar seus conhecimentos sobre essa temática que atinge muitas pessoas na rede de atenção em saúde.

Clique aqui e veja o Manual de diagnóstico e tratamento de acidentes com animais peçonhentos do Ministério da Saúde.

Concluída a nossa abordagem a respeito do envenenamento por serpente, passaremos agora ao acidente provado por aranha, na próxima página. Vamos adiante?!