Módulo 6: Saúde materna, neonatal e do lactente - Enfermagem na atenção à saúde materno-fetal: pré-natal
Unidade 2: Gravidez: Diagnóstico e Evolução

Diagnóstico de gravidez
Fisiologia da gravidez
Desenvolvimento do bebê

Anexos do Embrião e do Feto


Figura 2.7: Anexos do Embrião e do Feto

Fonte: Rezende; Montenegro (2003).

Apresentamos na sequência os anexos do embrião:

Vesícula Vitelina
A Vesícula Vitelina tem função importante entre a segunda e quarta semana de gestação. É um saco vitelino, mas não contém vitelo ou nutriente. É essencial na transferência de nutrientes para o embrião (2° e 3° semana). Desenvolve uma larga circulação e os seus vasos são parte do sistema circulatório inicial do embrião. É indispensável para o desenvolvimento sanguíneo, o sangue forma em suas paredes e continua até que o fígado, na sexta semana, assuma esta função, as células primordiais germinativas que migram posteriormente para as glândulas sexuais e se transformarão em espermatozóides e óvulos. Na quarta semana, é incorporado ao embrião transformando-se em intestino primitivo.
Vesícula Alantoidea
Vesícula Alantoidea aparece no início da terceira semana. É uma protrusão digitiforme pequena ou divertículo do saco vitelínico. Também ocorre a formação de sangue em suas paredes e seus vasos sanguíneos transformam-se em vaso do cordão umbilical. Está associada com o desenvolvimento da bexiga. Porém, os obstetras classificam somente as estruturas: placenta, cordão umbilical e as membranas (corial e âmnica). Assim, abordaremos as estruturas citadas pelos obstetras. Conheça um pouco as características de cada uma delas.

No momento da implantação, começam a se formar duas membranas fetais, a membrana corial e a amnica, que envolverão o embrião em desenvolvimento.
Membrana Córion
O córion, a mais externa das membranas se desenvolve de uma modificação do trofoblasto (adquire projeções chamadas vilosidades). As vilosidades, enterradas na decídua basal, aumentam de tamanho e complexidade à medida que se forma a vascularização da placenta (LOWDERMILK; PERRY; BOBAK, 2002). Depois que o córion se forma, o blastocisto implantado se chama vesícula corionica, que é envolvida por um lago de sangue materno criado pela erosão dos tecidos maternos e vasos maternos durante a implantação. As vesículas crescem e por volta do final da segunda semana começam a formar projeções denominadas vilosidades coriônicas (ZIEGEL; CRANLEY, 1985).
Membrana Córion
Atente que estas se desenvolvem e estendem pelo tecido materno, e suas células trofoblásticas provocam erosão das células adicionais do endométrio. Os vasos sanguíneos logo aparecem nela e, por volta da quarta semana depois da fertilização, o sangue fetal circula através deles. No início as vilosidades coriônicas são igualmente distribuídas sobre o córion. O córion dará origem à cobertura da placenta do lado fetal, contendo os vasos sanguíneos umbilicais. À medida que o embrião cresce, a decídua capsular se distende. As vilosidades deste lado atrofiam e degeneram, deixando uma membrana coriônica lisa (ZIEGEL; CRANLEY, 1985).

Sobre a área relativamente pequena abaixo da vesícula, onde o córion está em contato com decídua basal, as vilosidades tornam-se mais abundantes. A placenta desenvolve-se neste local. O córion localizado contra a decídua basal, onde as vilosidades são mais desenvolvidas, é denominado córion frondoso (ZIEGEL; CRANLEY, 1985).
Membrana Âmnio
O âmnio é a mais interna das membranas fetais, lisa e brilhante desenvolvendo-se a partir das células internas do blastocisto. Envolve o embrião completamente em um saco membranoso, antes mesmo de o corpo tomar forma. A cavidade formada entre as células do ectoderma, células internas do blastocisto e as células trofoblásticas (citotrofoblastos) é a cavidade amniótica, que se forma entre o sétimo e oitavo dia. O embrião em desenvolvimento atrai para si o âmnio, formando um saco repleto de líquido. O âmnio tem as porções: placentária, cobrindo o córion na superfície fetal da placenta, e outra, funicular, tornando-se revestimento do cordão umbilical (porção funicular).

À medida que o embrião torna-se maior, o âmnio aumenta para acomodar tanto embrião/feto como o líquido amniótico que o envolve. O âmnio, eventualmente entra em contato com o córion que envolve o feto (LOWDERMILK; PERRY; BOBAK, 2002; REZENDE; MONTENEGRO, 2003).
Líquido Amniótico
À medida que o feto se desenvolve, as membranas se distendem formando uma bolsa amniótica ou bolsa d’água. O sistema amniótico é a unidade morfológica e, sobretudo, funcional, entre o âmnio e o líquido amniótico. O líquido amniótico tem como finalidade proteger o feto e o cordão umbilical. Mantém a temperatura constante. Serve de fonte de líquido oral e para eliminar secreções dos rins e respiratórias. Amortece o feto contra traumas.

O Líquido Amniótico permite a liberdade de movimentos e desenvolvimento músculo esquelético. Evita que o âmnio fique aderido ao feto e impede que o embrião se enrole nas membranas. Contribui para a dilatação do colo a pressão aquosa, quando forçado para baixo pelas contrações (LOWDERMILK; PERRY; BOBAK, 2002).
Cordão Umbilical
A circulação entre o embrião e as vilosidades coriônicas é estabelecida muito cedo através do saco vitelínico, do alantóide e do pedículo embrionário que é o precursor do cordão umbilical. À medida que o embrião se desenvolve, o âmnio envolve o pedículo e surge o cordão umbilical (ZIEGUEL; CRANLEY, 1985). Durante a quinta semana, após o embrião curvar-se para dentro de si a partir das duas pontas, o pedículo é trazido para o seu lado ventral, passa a ser comprimido pelo âmnio em ambos os lados formando o cordão umbilical (LOWDERMILK; PERRY; BOBAK, 2002). O cordão é formado de tecido conjuntivo indiferenciado, frouxo preenchido com material mucóide denominado de geléia de Wharton, com um comprimento em média de 55 cm, no qual contém os vasos umbilicais (duas artérias que carregam o sangue desoxigenado e uma veia com o sangue oxigenado), remanescentes das vesículas alantóidea e vitelina, sendo revestido pelo âmnio funicular.

O cordão umbilical é uma estrutura pardacenta, lisa, espiralada, facilmente compressível que liga o feto à placenta (REZENDE; MONTENEGRO, 2003).
Placenta
A placenta é vital para a vida do feto, pois serve como pulmão, trato intestinal e rins, funcionando como um órgão para troca de nutrientes, oxigênio e produtos degradados entre a mãe e feto. Serve como órgão endócrino produzindo hormônios que servirão ao feto e que serão necessários para a manutenção da gravidez. Sua forma é variável, contudo, geralmente é circular ou discóide ovalada.

Funções: Transporte de oxigênio e metabólitos da mãe para o feto, eliminação de produtos degradáveis do feto para a circulação (dióxido de carbono, entre eles), produção de hormônios protéicos e esteróides para as necessidades do feto e da gravidez. Essa troca é realizada por um sistema circulatório especializado, no qual os sangues da mãe e do feto não se misturam.

No início da gestação a placenta é maior do que o concepto, sendo que o peso iguala-se em torno de 16 semanas, e partir de então se torna cada vez menor. O peso médio é de 450g no termo, representando 1/6 do peso do concepto.


Figura 2.8: Anexos do Embrião e do Feto

Saiba Mais
Busque vídeos sobre anexos embrionários no Youtube. Diversos professores, como o professor Paulo Garcia, compartilham seus trabalhos nesta mídia. Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=mIZtV8IOOpc&feature=relmfu .

Maravilhas do corpo humano. Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=rsNyb4Cbu1M.

VERNY, Thomas R. Bebês do amanhã. Arte e ciência de serem pais. Caxias do Sul: Milliennium, 2004.

Vocês aprendeu aqui sobre o processo de desenvolvimento do embrião/feto durante a gestação. Conheceu ainda os anexos do embrião. Na próxima página confira as referências utilizadas na elaboração deste material. Até logo.