Módulo 6: Saúde materna, neonatal e do lactente - Enfermagem na atenção à saúde materno-fetal: pré-natal
Unidade 4: Intercorrências da Gravidez

Gestação de Alto risco: Enfoque de risco e vulnerabilidade
Compreensão da vivência da gestação de alto risco para atuar na atenção básica
Atuação do enfermeiro na atenção à gestante
Gestações de alto risco: conceitos, fatores de risco, sinais, repercussões e cuidados

Compreensão da vivência da gestação de alto risco para atuar na atenção básica

No cotidiano do cuidado na atenção básica, é fundamental que o enfermeiro conheça o processo vivenciado pelas mulheres para que possam atuar.

Palavra do Profissional
Você sabia que a gestação de alto risco representa 10 a 20% de todas as gravidezes, tendo por consequência mais da metade de todas as mortes fetais e neonatais? (KEMP; HATMAKER, 1989; ZAMPIERI, 2001b). É um percentual significativo que necessita um atendimento qualificado.

Fique atento, a gestação de alto risco compreende qualquer gravidez, na qual mãe e/ou feto apresentem alterações ou fatores de risco que predisponham a um aumento de risco de morbidade e mortalidade para o binômio ou para um deles, se estendendo inclusive ao lactente durante o processo neonatal, segundo Benson (BENSON, 1991; ZAMPIERI, 1998).

Você deve estar se perguntando: mas como se dá a vivência da gestação de alto risco e como lidar com isso quando fazemos a visita domiciliar? Segundo Zampieri (2001b), a vivência da gestação de alto risco caracteriza-se por um processo complexo, dinâmico e diversificado individual e socialmente. É uma experiência única que se estende ao companheiro, família e sociedade que envolve grandes transformações e adaptações físicas, psicossociais, econômicas, espirituais, e mudanças de papéis, não se desvinculando dos aspectos existenciais de qualquer ser humano. É uma experiência estressante que repercute em todo o contexto familiar em razão dos riscos a que estão submetidos o feto e a mãe, que interrompem o curso normal da gravidez.

Nesse processo, a mulher grávida apresenta sentimentos como o temor pela sobrevivência do filho e pela própria vida; o distanciamento do bebê e tudo relacionado a ele e ao nascimento, com o intuito de evitar o sofrimento; a culpa por não conseguir levar gravidez de forma normal, além da falta de controle da gestação, de suas necessidades e do corpo (WHITE; RICTCHIE, 1984; LOOS; JULIUS, 1989; KEMP; PAGE, 1993; CLAUSON, 1996; SCHROEDER, 1996; ZAMPIERI, 1998, 2001b; LEICHTENTRITT et al., 2005).

Entenda melhor porque a internação hospitalar é evitada.