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Isso já aconteceu com você? Qual foi a sua reação? Você se sentiu desconfortável, incomodado com a situação?
Essa é de fato uma situação delicada, todavia, criticar abertamente essa situação pode ser considerado como uma ofensa, pois você é um convidado para ela. A habilidade de lidar com isso precisa levar em consideração as regras sociais, tais como, não criticar o dono da casa, aceitar o que lhe é oferecido. Porém, você não pode deixar de considerar essa situação como uma relevante informação que pode ser objeto de discussão em outro momento, como parte do processo educativo.
O limite é tênue, como ressalta Abrahão (2011), e, às vezes, na prática, não fica claro como lidar com a situação. Você deve ter em mente que o primeiro passo é o estabelecimento do vínculo e que, somente quando este representa uma base importante na interação entre as pessoas e os profissionais, é que se pode avançar para obter maior impacto nas ações terapêuticas, especialmente, quando estas envolvem mudanças de comportamento.
A realização da Visita Domiciliar, requer alguns passos importantes, como o planejamento e o registro das atividades desenvolvidas.
A VD precisa ser planejada pelo profissional. Esse planejamento não é um roteiro rígido, pois cada visita pode transcorrer de maneira diferente, seguindo um fluxo mais natural de acordo com o perfil das pessoas presentes e das oportunidades que surgem no encontro. No entanto, o enfermeiro precisa ter clara a finalidade da VD, os objetivos que espera alcançar, o conteúdo educativo e o modo como será desenvolvida a atividade educativa. Após apresentar-se e iniciar com uma conversa mais descontraída, é importante informar a intenção da visita.
Para o desenvolvimento das atividades educativas realizadas no domicílio é necessário um caráter mais descontraído, buscando elementos da vida cotidiana para serem trabalhados, dando maior concretude ao tema que está sendo abordado. Isto significa fazer uma conexão com o cotidiano dessas pessoas, fazendo uma abordagem a partir de exemplos do que é vivido por elas.
O uso de materiais educativos de apoio pode ser uma estratégia importante, mas não é essencial, o mais importante é a postura do profissional, que inclui abertura para ouvir e sensibilidade para compreender o ponto de vista do outro – a pessoa e sua família.
A educação em saúde é um processo, portanto, não será apenas numa visita ou consulta que serão abordados todos os aspectos necessários para a pessoa desenvolver seu cuidado em saúde. Por exemplo, pessoas que tiveram um diagnóstico recente de câncer podem estar mais preocupadas com sua sobrevivência, do que com detalhes específicos do tratamento. Em algumas situações, nem todas as pessoas da família já sabem desse diagnóstico e o enfermeiro precisa ser cuidadoso para não criar situações mais difíceis.
Faz parte da VD, o registro detalhado do que foi desenvolvido, com o objetivo de orientar a continuidade do trabalho. Uma avaliação da visita deve fazer parte dos registros, destacando se a mesma atingiu seus objetivos e ainda, perceber a evolução da família na resolução de seus problemas.