As formas de tecnologia adotadas pela Enfermagem não são apenas as voltadas aos equipamentos e máquinas (tecnologias duras), mas outras, como as tecnologias leves e leves-duras.
O enfermeiro tem como responsabilidade desenvolver projetos de educação em saúde junto às populações sob seu cuidado. No entanto, para isso é necessário ter noção de que os projetos de promoção e educação em saúde são estruturados pela circulação de conhecimentos científicos e recomendações para mudança de hábitos, muitas vezes sem a participação de quem realmente vive a situação nas decisões e discussões para a promoção da sua saúde e qualidade de vida.
É importante recordar que a Carta de Ottawa objetiva o desenvolvimento de atitudes pessoais, apoia o desenvolvimento pessoal e social através da divulgação de informação, educação para a saúde e intensificação das aptidões indispensáveis à vida. Nesse sentido, a Declaração de Sundswall recomenda capacitar comunidades e indivíduos a ganharem maior controle sobre a sua saúde e ambiente, por meio da educação e maior participação desses indivíduos nos processos de tomada de decisão.
Como uma importante função de enfermeiros (as), e dos demais profissionais de saúde, bem como de pais, a educação em saúde envolve mais do que informação em saúde, pois tem como consequência principal mudanças no comportamento humano. Rumor et al (2010), salientam que a priorização da educação em saúde no processo de trabalho em saúde pode ampliar a possibilidade de atuação e vinculação entre os profissionais (dentre eles, o enfermeiro) e os pacientes; propiciar conhecimento para planejar e transformar as ações de saúde, visando a melhoria da qualidade de vida dos indivíduos; e tornar as práticas educativas mais efetivas, por meio da valorização da saúde e não da doença.
A educação deve estar no cotidiano das pessoas, sendo desenvolvida constantemente e não somente na escola.
Trazer informações orientadas para as necessidades e reflexões a respeito dos comportamentos que podem trazer risco para a saúde da pessoa, esta responsabilidade é faz parte dos serviços de saúde. Assim, vamos discutir como podemos pensar esta educação em saúde e como podemos utilizar as tecnologias ao abordarmos a questão das condições crônicas de saúde. Acompanhe na animação a seguir:
Atente que, ao adotarmos outras formas de cuidar e educar, não priorizando os equipamentos tecnológicos, mas sim os relacionamentos.
[...] potencializar as abordagens-dinâmicas, em que os sujeitos se encontram, atuam entre si e operam um jogo de expectativas e produções em alguns momentos: momentos de falas, escutas e interpretações, nos quais há a produção de uma acolhida das intenções que estas pessoas colocam neste encontro; momentos de cumplicidades, nos quais há a produção de uma responsabilização em torno do problema que vai ser enfrentado; momentos de confiabilidade e esperança, nos quais se produzem relações de vínculo e aceitação. (TEIXEIRA, 2007a, p. 157).