Módulo 9: Tecnologias do cuidado em saúde
Unidade 4: Cuidados paliativos a pessoas em condição crônica de saúde

O Processo de morte e morrer na relação com os Cuidados Paliativos
Terminalidade e cuidados paliativos
Os Cuidados Paliativos na sua relação com o usuário do Sistema de Saúde com DCNT, com a família e com a Rede de Atenção à Saúde
Proporcionar Cuidados Paliativos exige mudanças de atitudes e educação da equipe de saúde
Cuidando de quem cuida na perspectiva dos Cuidados Paliativos

Quarto e Quinto aspecto de cuidar

Acompanhe na animação os outros estes aspectos de cuidar:

Embora venha sendo muito discutido nas formas de reorganizar a oferta de cuidados em toda a rede de serviços, com destaque para atenção básica, sua porta de entrada, o acolhimento precisa ser foco de atenção em todo local de cuidado. No entanto, note que o entendimento é de que o acolhimento não é necessariamente uma atividade em si, mas conteúdo de toda atividade assistencial, que consiste na busca constante de um reconhecimento, cada vez maior, das necessidades de saúde dos usuários e das formas possíveis de satisfazê-las, resultando em encaminhamentos, deslocamentos e trânsitos pela rede assistencial.

Lembre-se que o cerne da assistência e do acolhimento está no relacionamento profissional/usuário, condição que favorece a humanização na assistência a saúde.

Mas, apesar da valorização das formas de acolher e cuidar, familiares ainda dão maior destaque ou grande visibilidade às ações técnicas realizadas pela enfermagem. Isso pode ocorrer porque os procedimentos e técnicas de enfermagem são uma parcela importante dos cuidados, que preocupa familiares por se constituir atividade fora d e seu domínio. Também o familiar pode não estar acostumado, previamente, a participar no cuidado direto do paciente, discutindo as atividades e participando do plano de cuidados. Note que é reconhecido que os profissionais e as instituições de saúde têm certa dificuldade em aceitar o papel da família nos cuidados prestados a seu parente, isso porque o cuidado curativo à pessoa ainda é predominante na enfermagem brasileira.

O enfermeiro deve dar apoio à permanência e à participação do acompanhante, pois, se a família não se sente acolhida e a equipe de saúde é indiferente aos seus sentimentos e necessidades, a família poderá dificultar o processo de cuidar (SQUASSANTE; ALVIM, 2009).

Convém ressaltar que cada família é única, como cada ser humano, sendo assim, reage de maneira diferente frente às situações de enfermidade. Lembre-se que essas características devem ser observadas e trabalhadas em conjunto com a equipe melhorando o atendimento e construindo o processo de cuidar de acordo com suas particularidades.

Contudo, cabe reconhecer que o estabelecimento contínuo de relações intensas com seres humanos em sofrimento pode contribuir para o desenvolvimento da Síndrome de Burnout que acomete potencialmente os profissionais. Esta síndrome leva a ocorrência de fatores desencadeantes de exaustão, desgaste físico, transtornos psíquicos, comportamento depressivo, estresse e baixa autoestima profissional.

Em uma perspectiva ética, esse sofrimento é entendido como um convite para uma abordagem humanizadora, para um encontro humano eficaz e para uma atitude solícita. No entanto, ser afetado por outro ser humano em sofrimento pode, por sua vez, causar sofrimento para os próprios profissionais. Este sofrimento é geralmente suportado em silêncio. As instituições de saúde, normalmente, não oferecem a possibilidade de os profissionais compartilharem seus sentimentos ou de lidar com suas emoções de uma maneira mais saudável (PEREIRA; FONSECA; CARVALHO, 2011).

Nesse sentido, os profissionais, também, devem ser acolhidos e lembrados em seu processo de cuidar, enquanto cuidadores, muitas vezes, também vulneráveis.

Na sequência vamos conhecer os dois últimos aspectos deste processo. Acompanhe!