Módulo 9: Enfermagem na Atenção à Saúde da Mulher e da Criança: O Puerpério e o Acompanhamento do Crescimento e do Desenvolvimento Infantil.
Unidade 4: Aleitamento materno e alimentação complementar saudável

Amamentação
A alimentação complementar saudável
Características da alimentação complementar adequada
Alimentação: Cuidados e manuseio

Aleitamento materno

Você já estudou sobre a importância do aleitamento materno e as ações de enfermagem a serem realizadas para o estabelecimento e a manutenção da lactação. Portanto, você já sabe que as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde (MS) são de que todos os bebês recebam aleitamento materno exclusivo até o sexto mês de vida. Depois disso, o aleitamento materno deve ser complementado com outros alimentos até 2 anos ou mais. Mas, se por um lado, a manutenção do aleitamento materno é vital, a introdução de alimentos seguros, acessíveis e culturalmente aceitos na dieta da criança, em época oportuna e de forma adequada é de extrema relevância para o desenvolvimento e o crescimento saudáveis da criança (BRASIL, 2009a).

Considerando o acompanhamento do puerpério e do crescimento e desenvolvimento da criança, nesta unidade você receberá informações para atuar junto às mulheres e aos seus filhos na manutenção do aleitamento materno pelo tempo recomendado e na orientação adequada para a transição alimentar da criança e alimentação complementar saudável.

A amamentação

O ato de amamentar vai além da nutrição da criança, pois é um processo que envolve o vínculo entre a mãe e o filho e tem repercussões no estado nutricional da criança, em seu sistema imunológico, em sua fisiologia e no seu desenvolvimento cognitivo e emocional, além de ter implicações na saúde física e psíquica da mãe (BRASIL, 2009a).

Você já sabe que, apesar de todos os comprovados benefícios do aleitamento materno, esta prática ainda está aquém do que é recomendado. O desmame precoce e a inadequada transição do desmame aumentam os índices de morbimortalidade infantil.

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A Enfermagem tem um papel fundamental para a promoção do aleitamento materno e da alimentação saudável da criança e é por meio da identificação e da compreensão do processo de alimentação da criança, no contexto sociocultural e familiar, que pode prestar uma assistência ao binômio mãe e filho de forma eficaz, solidária, integral e contextualizada, respeitando a individualidade de cada mulher, ajudando esta a superar medos, dificuldades e inseguranças (CASTRO; ARAÚJO, 2006; BRASIL, 2009a).

Veja na animação a seguir maiores detalhes sobre o tema:

O oferecimento do leite materno exclusivo até o sexto mês de vida do bebê é suficiente para satisfazer todas as suas necessidades nutricionais e protegê-lo de doenças. Depois deste período é necessário introduzir alimentos complementares, pois o leite materno já não supre todas as necessidades da criança, mas deve ser ofertado até os dois anos de idade ou mais (SILVA; GUBERT, 2010).

Como já informado, os dois primeiros anos de vida são marcados pelo crescimento acelerado e pelo desenvolvimento, que inclui habilidades de mastigação e digestão de outros alimentos, além do leite materno. Portanto, a alimentação é de grande importância nessa fase, já que deficiências nutricionais ou condutas alimentares inadequadas podem prejudicar a saúde da criança e refletir no atraso escolar e no desenvolvimento de doenças crônicas (BRASIL, 2010d).

Ressalta-se que o leite materno continua sendo uma importante fonte de nutrientes após o primeiro ano de vida da criança e o MS endossa a recomendação de que as crianças sejam amamentadas preferencialmente por dois anos ou mais (BRASIL, 2009a). Os alimentos complementares devem ser oferecidos aos seis meses de vida da criança e não devem ser recomendados antes dos 4 meses de idade, devido aos malefícios que podem acarretar na saúde das crianças (BRASIL, 2009a).

Assim, o apoio dos serviços e profissionais de saúde é necessário não apenas para o início da amamentação, mas também para sua manutenção durante o período recomendado. O enfermeiro, assim como os demais profissionais de saúde, deve estar preparado para acompanhar o processo da amamentação, o crescimento e o desenvolvimento da criança, tanto em atendimentos individuais quanto em visitas domiciliares (BRASIL, 2009a).

Dando continuidade ao nosso tema, vamos conhecer quais são os direitos garantidos por Lei sobre amamentação e o aleitamento materno. Vamos lá!