Todos nós assistimos, nos últimos anos, inquestionavelmente, os grandes movimentos e esforços empreendidos por organismos governamentais, não governamentais e sociedade civil, no sentido de resgatar a cultura da amamentação visando adotar a recomendação mundial, o que tem contribuído para a melhoria do processo de viver humano de crianças (WHAR, 2001).
Entretanto, ao completar seis meses, ou até mesmo antes, quando os bebês começam a receber alimentação complementar, isto nem sempre é feito de maneira adequada, trazendo consequências a sua sobrevivência, ao seu crescimento e desenvolvimento saudáveis. Por isso, faz-se necessário instrumentalizar os profissionais da área da saúde, e em especial os da enfermagem, pois estes mantém contato com os responsáveis por prover a alimentação e os cuidados necessários e adequados às crianças. Estas ações requerem conhecimentos atualizados e habilidades, cujo ponto de partida tem como desafio responder a seguinte questão: inserir a imagem aqui
Quando e como introduzir a alimentação complementar? Em relação ao quando, parece-nos que já está claro, ou seja, a partir do sexto mês. Mas, quais as desvantagens de sua introdução precoce (antes dos seis meses) ou tardia (após os seis meses)? Vejamos a seguir.
Do mesmo modo, se a alimentação complementar é introduzida tardiamente (mais de seis meses) é considerada inadequada, pois a criança deixa de receber as fontes extras de alimentos para suprir suas necessidades de crescimento. Desta forma, ela cresce e se desenvolve mais lentamente e aumenta o risco de déficit de micronutrientes que previnem a desnutrição, podendo ocasionar anemias e carência de ferro.
Quanto ao “como”, cabe ressaltar inicialmente as condições necessárias estabelecidas para uma alimentação adequada preconizadas na Estratégia Global para a Alimentação de Lactentes e Crianças de Primeira Infância (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, 2003).
Condições necessárias para a alimentação complementar adequada. Os alimentos complementares devem ser:
Oportunos - Deverão ser introduzidos quando a demanda de energia e nutrientes exceder aquela que pode ser fornecida por meio da amamentação exclusiva e frequente.
Adequados – Devem fornecer energia, proteínas e micronutrientes suficientes para satisfazer as necessidades nutricionais da criança em fase de crescimento.
Seguros – Devem ser conservados e preparados de forma higiênica; fornecidos à criança com mãos limpas e utilizando utensílios limpos e não mamadeiras e bicos.
Consumidos de forma apropriada – A alimentação deve ser fornecida conforme os sinais de apetite e saciedade da criança e; a frequência das refeições e o método de alimentação utilizado devem ser adequados à idade – encoraje ativamente a criança, mesmo quando ela estiver doente, a consumir alimentos suficientes usando os dedos ou a colher e também a alimentar-se sozinha. Fonte: OMS (2003).
Portanto, a alimentação complementar deve ser adequada, segura, introduzida no instante certo e administrada com cuidado e responsabilidade.
Vimos neste estudo a importância do aleitamento materno e alimentação complementar saudável e de como a sua orientação adequada às mulheres e as suas famílias sobre a amamentação, a transição alimentar da criança e a alimentação complementar saudável possibilita a melhoria da assistência à criança e contribui para a diminuição da morbimortalidade infantil.
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