Gestão de materiais
O Sistema Único de Saúde, em seu processo de produção de atenção e vigilância em saúde, incorpora insumos e tecnologias de complexidades variadas em toda a rede de serviços com a finalidade de garantir uma assistência contínua, de qualidade. Para atender a esse propósito, o sistema deve disponibilizar materiais necessários em quantidade e qualidade para que os profissionais realizem suas atividades sem risco para si e para os usuários.
A gestão ou administração de materiais é parte desse processo produtivo, considerada uma atividade-meio, ou seja, a atividade que se presta a dar condições para que uma organização atinja seus objetivos sociais. Um aspecto fundamental da gestão de materiais nas unidades de saúde está relacionado ao sucesso de sua atividade-fim, ou seja, o alcance dos objetivos relativos ao seu objeto social, à essência ou razão de existir dessas unidades. Sendo assim, o gerenciamento dos recursos materiais guarda estreita relação com a atenção à saúde dos usuários, sendo eles a razão de ser das organizações de saúde (VECINA NETO; REINHARDT FILHO, 1998).
Na prática:
O objetivo do gerenciamento de materiais consiste em colocar os recursos necessários ao processo produtivo, com qualidade, em quantidades adequadas, no tempo correto e ao menos custo. Também se preocupa com o uso dos materiais que compra, estoca e distribui.

Link:
No âmbito municipal, dependendo do porte do município e da estrutura de governo, a Secretaria de Saúde ou a Prefeitura são responsáveis pela administração de materiais, sendo o processo de compra regido pela Lei nº8.666/93 (e suas complementares).
Clique aqui e veja a Lei n. 8.666/93.

É imprescindível o acompanhamento do perfil de consumo de materiais da unidade local, incluindo os medicamentos e os materiais esterilizados, para a devida reposição e manutenção de estoque. Medidas de controle e contenção dependem de muitos fatores, entre eles, do estilo gerencial, do processo comunicacional estabelecido na unidade, da satisfação dos trabalhadores no exercício da função, da adequação do espaço físico, da capacitação dos profissionais, etc.
Na logística da unidade local, a distribuição dos materiais e o controle de estoque requisitam métodos de registro para conhecer o consumo real de materiais, de acordo com o sistema adotado de distribuição. Esse pode variar segundo quantidades preestabelecidas (cotas), períodos de tempo (diária, semanal, mensal), perfil histórico de gastos por serviços (curativo, esterilização, medicamentos, escritório, etc.).
A gestão de medicamentos tem importância estratégica para a unidade local, devido ao volume de itens, ao custo e às dificuldades assistenciais que sua falta representa (VECINA NETO; REINHARDT FILHO, 1998). Seu controle, considerado ponto central na gestão da unidade local, tem sido mais bem efetivado com a introdução de sistemas informatizados que agilizam o processo de identificação, consumo e reposição, considerando o prazo de validade, a requisição médica e a identificação nominal do usuário.
Independentemente do sistema de distribuição e controle de materiais adotado pela unidade local, um aspecto deve estar sob constante observação, qual seja, o comportamento do consumo mensal de cada serviço.
Calvo, Magajewski e Andrade