Aranhas
É denominado araneísmo o acidente provocado por aranha. Das 30.000 espécies conhecidas, poucas possuem venenos ativo quando inoculado no homem.
As aranhas peçonhentas de importância para a saúde causam quadros de envenenamento que se diferenciam tanto nos seus aspectos epidemiológicos, como nos mecanismo de ação dos venenos, devendo ser abordados como agravos distintos.
LOXOSCELISMO
Provocado pela aranha marrom (Loxosceles).
Manifestações locais
A picada é usualmente pouco dolorosa, podendo passar despercebida; após algumas horas, torna-se evidente dor semelhante à queimadura, eritema e edema na região da picada, com equimose central, áreas de palidez (placa marmórea) e, eventualmente, bolhas com conteúdo sero-hemorrágico; à palpação, nota-se área endurecida. A lesão cutânea pode evoluir com necrose seca e úlcera.
Manifestações sistêmicas
Acompanhando o quadro local, queixas inespecíficas como mal-estar, cefaleia, febre e exantema são comumente referidas pelos pacientes. A presença de hemólise intravascular caracteriza a chamada forma cutâneo-visceral do loxoscelismo, observada na minoria dos casos, em geral nas primeiras 72 horas após a picada. Os casos graves podem evoluir com insuficiência renal aguda.
FONEUTRISMO
Causado pela Phoneutria (aranha-armadeira).
Manifestações locais
A dor local irradiada e de início imediato é o sintoma mais característico, podendo ser bastante intensa nas primeiras três a quatro horas após a picada; o quadro pode ser acompanhado por edema e sudorese no local e parestesia ao longo do membro. As marcas dos pontos de inoculação podem ou não ser visualizadas.
Manifestações sistêmicas
Em associação ao quadro local, os pacientes podem apresentar taquicardia, hipertensão arterial, agitação psicomotora e vômitos. Crianças podem apresentar manifestações graves, como sudorese profusa, sialorreia, priapismo, hipotensão, choque e edema pulmonar agudo, que podem eventualmente levar a óbito.
LATRODECTISMO
Provocado pela Latrodectus (viúva-negra).
Manifestações locais
Geralmente o quadro se inicia com dor local de pequena intensidade, evoluindo com sensação de queimação; observa-se pápula eritematosa e sudorese localizada. Pode apresentar mialgia intensa, contraturas musculares generalizadas e convulsões tetânicas.
Manifestações sistêmicas
São mais frequentemente observadas alterações motoras como dor irradiada e contrações espasmódicas dos membros inferiores, contraturas musculares intermitentes, tremores, dor com rigidez abdominal (que pode simular abdome agudo) e fácies latrodectísmica, caracterizada por contratura facial e trismo dos masseteres.
Outras manifestações, menos frequentes, incluem opressão precordial, taquicardia e hipertensão arterial, náuseas, vômitos, sialorreia e priapismo.
Vejamos os tratamentos na animação a seguir.
Quadro: Tipos de acidentes, soros, grau de gravidade e nº de ampolas
Fonte: Brasil (2001).
Passemos agora a outro animal peçonhento, o escorpião, sobre o qual trataremos na próxima página.