Módulo 6: Saúde materna, neonatal e do lactente - Enfermagem na atenção à saúde materno-fetal: pré-natal
Unidade 3: Consulta de Enfermagem e Sistematização da assistência de Enfermagem no pré-natal

Sistematização da Assistência de Enfermagem
Coleta de dados da Consulta
Diagnóstico e planejamento de Enfermagem
Implementação de Enfermagem
Avaliação e Registro

Sistematização da Assistência de Enfermagem

Você irá estudar aqui sobre a sistematização de assistência de enfermagem no pré-natal.

A assistência no período pré-natal é o primeiro passo para um nascimento mais saudável. É um momento importante, pois contribui para a prevenção de agravos, a diminuição da morbimortalidade materna e fetal, o fortalecimento dos potenciais da gestante, a preparação para maternidade e paternidade, a aquisição de autonomia, tranquilidade e segurança na vivência do processo de nascimento, para a formação da nova família e estruturação da personalidade do novo ser (ZAMPIERI, 2006).

O Programa de Humanização de Pré-Natal (PHPN) e nascimento e a Rede Cegonha contemplam critérios para atenção pré-natal (BRASIL, 2000a; 2006a; 2011b).

Os dois primeiros são a captação precoce da gestante e início do acompanhamento qualificado. Se possível, deve ser realizado no período pré-concepcional, no primeiro mês de gestação ou, no máximo, em até 120 dias. A frequência das consultas deve variar em função dos riscos.

Para as gestantes de baixo risco, a consulta é mensal, até 36 semanas, e quinzenal ou semanal a partir daí, sendo recomendadas no mínimo seis consultas na gestação, preferencialmente, uma no primeiro trimestre, duas no segundo trimestre e três no terceiro trimestre da gestação, seguidas de encaminhamento do serviço de pré-natal à maternidade, no caso de trabalho de parto.

O acompanhamento pré-natal finaliza apenas com a consulta puerperal. E, além disso, tem-se alguns critérios, confira.

  • A implementação de estratégias de comunicação social e programas educativos relacionados à saúde sexual e à saúde reprodutiva;
  • Realização de exames habituais e de risco, a avaliação do estado nutricional da gestante e a prevenção e tratamento das alterações;
  • A prevenção e tratamento das DST/HIV/Aids e hepatites;
  • A imunização antitetânica e de hepatite, o apoio às gestantes nos deslocamentos para as consultas de pré-natal e para o local em que será realizado o parto, garantia de atenção ao parto e presença de uma pessoa significativa na gestação, parto e pós-parto (Lei nº 11.108, de 7 de abril de 2005);
  • Atenção à mulher e ao recém-nascido na primeira semana após o parto, com a realização da consulta puerperal, atenção hierarquizada, integral e regionalizada;
  • Registro dos dados no Sistema Informatizado de Monitoramento do Pré-natal (SISPRENATAL).
A Rede Cegonha, por sua vez, prevê ainda a atenção à criança até dois anos de idade.

Observe que, a atenção pré-natal e pré-concepcional de qualidade, requer um olhar diferenciado que possa atender a complexidade que envolve o ser humano, que permita compreender os processos transitórios da vida, como a gestação e o nascimento, bem como, articulá-los e integrá-los aos diversos sistemas sociais, culturais, econômicos e educacionais.

Como você pode observar, isso implica em compreender o processo saúde/doença em uma nova ótica, considerando o ser humano na sua integralidade, singularidade e multidimensionalidade, atentando para o seu contexto de vida, entendo-o como sujeito de direitos, merecedor de acolhimento, privacidade e compreensão (ZAMPIERI, 2006).