Assim como o sedentarismo, e em consequência dele, o sobrepeso e a obesidade representam uma séria ameaça à saúde, estando fortemente associados a um risco aumentado para o desenvolvimento da HAS e do DM.
Além da doença orgânica, o problema do peso excessivo traz prejuízos para a qualidade de vida física, com a limitação da prática de atividades físicas, e para a saúde mental, favorecendo a insatisfação com a imagem corporal que, por sua vez, implica redução da autoestima.
O problema do peso excessivo, acompanhado de todas as suas consequências, torna-se ainda mais preocupante quando constata-se que elevadas proporções da população são afetadas e em faixas etárias cada vez mais jovens.
Pesquisas antropométricas domiciliares, com representatividade nacional, realizadas periodicamente desde meados da década de 1970, revelam um aumento substancial da frequência de excesso de peso (CONDE; MONTEIRO, 2010).
Referindo-nos agora à obesidade abdominal, sua prevenção e tratamento são fundamentais para manter a saúde e diminuir a prevalência e a incidência de DM tipo 2 e DCV (prevenção primária e secundária).
Diante do exposto, a modificação do estilo de vida, com a diminuição do depósito de energia, parece ser uma solução eficaz e de baixo custo para a prevenção e o tratamento das DCNT. Uma dieta saudável e um programa de exercícios, além de reduzir o risco de desenvolvimento da HAS e do DM, são essenciais para o gerenciamento das doenças, por causa da diminuição da resistência à insulina, da pressão arterial, dos níveis de colesterol e do peso corporal (GOLDFINE, A. B.; GOLDFINE, H. L, 2003).
A principal estratégia de prevenção e tratamento é o binômio: alimentação balanceada e exercício físico regular.
Passemos agora a discutir sobre os fatores de risco:
A terapia nutricional é fundamental no tratamento da HAS e DM para a obtenção e a manutenção do estado metabólico adequado, com a melhora da sensibilidade à insulina, a diminuição dos níveis plasmáticos de glicose, a melhora dos níveis pressóricos, a redução da circunferência abdominal e dos níveis de LDL-C e triglicerídeos, além do aumento do HDL-C e da prevenção das complicações tardias (KLEIN et al., 2004).
O tratamento deve ser individualizado, para isto, ele deve fornecer um valor calórico total (VCT) de acordo com as necessidades calóricas diárias, atividade física e hábitos alimentares.
Nesta direção, dietas pouco saudáveis aumentam o risco de desenvolvimento de HAS e DM. Por outro lado, dietas saudáveis e balanceadas diminuem esse risco.
![]() |
Saiba Mais |
Como você identifica hábitos de consumo alimentar saudáveis nos indivíduos com HAS e DM que fazem parte da sua prática assistencial?
Ao olhar um pouco para a realidade nacional por meio de dados do Vigitel, verifica-se que o consumo de frutas e hortaliças e de feijão, em cinco ou mais dias da semana, foram relatados por 29,9% e 66,7%, respectivamente, na população com 18 anos ou mais. Por outro lado, é alto o percentual de pessoas que consomem gordura na carne (34,2%) e no leite (56,4%) (SCHMIDT et al., 2011).
![]() |
Palavra do Profissional |
![]() |
Saiba Mais |
O aumento do exercício físico deve ser gradual, de 10 minutos 3x/semana até 30-60 minutos 3x por semana ou diariamente, afim de que os benefícios da atividade física, já discutidos nesta Unidade, possam ser sentidos (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES, 2011a).
Cabe destacar que os alimentos ricos em sacarose normalmente contêm altas taxas de gordura, baixo teor de fibras, vitaminas e minerais, facilitando, assim, o aumento de peso e consequentemente o risco de desenvolvimento da HAS e do DM (FRANZ et al., 2002).
O consumo de fibras, presentes nos legumes, raízes e tubérculos, deve ser incentivado. As fibras têm como função retardar o esvaziamento gástrico, diminuindo a absorção intestinal de glicose e os níveis de LDL-colesterol, além de facilitar o trânsito intestinal (AMERICAN DIABETES ASSOCIATION, 2008).
É fundamental valorizar e incentivar a ingesta hídrica para melhorar o aproveitamento das fibras que são solúveis em água.
Na próxima página continuaremos a discutir as estratégia de prevenção e tratamento da HAS e DM, siga em frente!