O consumo de alimentos ricos em gorduras trans deve ser restringido - gorduras hidrogenadas, margarinas duras, sorvetes, chocolates, salgadinhos do tipo chips, molhos para saladas, maionese, cremes para sobremesas - uma vez que esse tipo de gordura aumenta o LDL-C e os triglicerídeos e reduz a fração do HDL-C (AMERICAN DIABETES ASSOCIATION, 2008; FRANZ et al., 2002).
Na mesma linha, estudos afirmam que se o consumo de sal fosse reduzido para o nível recomendado, até 2,5 milhão de mortes poderiam ser evitadas a cada ano (LAW; FROST; WALD, 1991; HE; MACGREGOR, 2003). Os países com propostas e iniciativas para redução do sal, Finlândia, França, Irlanda, Japão e Reino Unido, têm demonstrado resultados positivos mensuráveis e satisfatórios (WEBSTER et al., 2010).
O conhecimento e a experiência clínica constituem as bases para as recomendações nutricionais no planejamento alimentar para pessoas com HAS e DM, e também para a prevenção das complicações agudas e crônicas advindas das doenças.
Entretanto, sempre foi difícil estabelecer o nível de evidência usado para construir as recomendações nutricionais em HA e DM. Atualmente, é reconhecida como evidência de nível A que uma dieta saudável deva conter grãos integrais, frutas, verduras, legumes e leite desnatado (AMERICAN DIABETES ASSOCIATION, 2008), tanto para indivíduos com HAS e DM como para pessoas saudáveis.
O governo fez avanços recentes nesta direção, muitos deles já discutidos em unidades anteriores. Na mesma direção, a Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN) retoma o tema segurança alimentar e, entre suas diretrizes, define a importância da prevenção das DCNT por meio do acesso à alimentação saudável (BRASIL, 2001).
Diante do exposto, a finalidade da terapia nutricional em HA e DM é atingir ou manter o peso ideal do indivíduo, face à descompensação da doença e a sua etiologia que acomete as pessoas na idade adulta e que se encontram na maioria das vezes com sobrepeso ou obesidade.
Outro fator de risco a ser destacado é o consumo de álcool, que é uma das poucas drogas psicotrópicas que tem seu consumo admitido e incentivado pela sociedade. Nas últimas décadas, o consumo vem aumentando no mundo todo, sendo que a maior parte deste aumento deve-se aos países em desenvolvimento (BRASIL, 2006b).
Embora 45% dos adultos brasileiros se abstenham do consumo de álcool, a proporção de consumo excessivo e a dependência são altas. Estima-se que 25% dos adultos relatem pelo menos um problema de natureza social, ocupacional, familiar, legal ou físico relacionado ao uso de álcool.
As estimativas de dependência de álcool variam de 9% a 12% em toda a população adulta, sendo três a cinco vezes maiores em homens em comparação às mulheres. A dependência de álcool também é mais alta em adultos jovens e naqueles com níveis intermediários de educação e renda (CARLINI; GALDUROZ; NOTO, 2005; GALDUROZ; CARLINI, 2007; LARANJEIRA et al., 2010).
O consumo excessivo de álcool é um importante fator de risco para a morbimortalidade no nosso país, além de ser um fator de risco para acidente vascular cerebral, fibrilação atrial e insuficiência cardíaca, doenças neurológicas, transtornos mentais, cirrose, pancreatite e certos tipos de câncer (BRASIL, 2006b).
Para indivíduos que optem por manter o hábito regular de ingestão de álcool, os profissionais de saúde devem recomendar o consumo leve a moderado, ou seja, um máximo equivalente a duas doses diárias para homens e uma dose diária para mulheres (BRASIL, 2006b).
O consumo moderado de bebidas alcoólicas mostra correlação favorável com a morbidade e mortalidade das DCV.
Recomenda-se, para os que usam bebidas alcoólicas, limitar o consumo a, no máximo, duas doses de 15g de etanol cada, totalizando 30g/dia de etanol para homens e uma dose de 15g/dia para mulheres ou pessoas de baixo peso, conforme quadro abaixo.
Aos que não se enquadram nesses limites máximos de consumo, é recomendado o abandono. Não é recomendável a indicação de bebidas alcoólicas para a prevenção de DCV, pelo risco de dependência por causa do consumo excessivo, expondo o indivíduo aos potenciais efeitos maléficos sociais e orgânicos.
Veja o consumo recomendado:
1 DOSE = 15g/dia etanol Corresponde a:
Diante do exposto, que estratégias você considera importantes para a redução do agravo provocado pelo consumo nocivo de álcool? Esta problemática é comum na sua realidade? Você consegue descrever uma estratégia adotada? Então registre na ferramenta destaque de conteúdo.
Sugerimos que você reflita criticamente sobre as estratégias e medidas apresentadas.
Na próxima página veremos os riscos apresentados pelo tabagismo. Continue seus estudos!