Retomando a discussão para a educação em saúde, mais do que difundir informações, esta implica em ampliar a capacidade de análise e de intervenção das pessoas tanto sobre o próprio contexto, quanto sobre o seu modo de vida e sobre sua subjetividade. Defender a vida é reconhecer que a vida tem uma medida quantitativa (anos de vida ganhos, sobrevivência) e outra qualitativa (o prazer de viver), (DIAS; SILVEIRA; WITT, 2009).
A educação em saúde, ao incentivar a curiosidade, a construção do conhecimento, a reflexão e a crítica sobre os fatores relacionados com as condições de vida que interferem no aparecimento das doenças de um modo geral, torna-se um produtivo espaço para debater direitos de cidadania com a clientela (SABÓIA; VALENTE, 2010).
A educação é uma importante tecnologia já adotada nos serviços de saúde como estratégia e ferramenta para o desenvolvimento do trabalho e do processo de cuidar.
![]() |
Palavra do Profissional |
Ao considerarmos a educação como tecnologia, pensamos que é importante identificar como ocorre sua aplicação em saúde.
A pesquisa desenvolvida por Santos e Lima (2008) sobre tecnologias educativas em saúde na prevenção da hipertensão arterial, constata que é imprescindível a utilização de estratégias educativas – tais como: oficinas, minicursos, seminários ou similares – que possibilitem ao indivíduo compreender a importância da aquisição de conhecimentos para a adoção de atitudes e práticas saudáveis. Assim, o indivíduo estará prevenindo e/ou controlando a síndrome hipertensiva, assim como outros agravos à sua saúde.
A pesquisa realizada por Santos e Lima (2008) teve o objetivo de analisar as mudanças no estilo de vida de trabalhadores na prevenção dos fatores de risco da HAS, a partir da aplicação de uma Tecnologia de Educação em Saúde (TES). O resultado da pesquisa evidenciou que os sujeitos tinham algum conhecimento elementar e fragmentado sobre os fatores de risco da HAS e de sua prevenção. Este conhecimento era oriundo do senso comum, isto é, aquele passado de geração a geração e/ou decorrente das experiências vivenciadas no cotidiano.
Apoiados em Paulo Freire, Santos e Lima (2008) enfatizam que a reflexão crítica possibilita a produção de um novo saber ou conhecimento, viabilizando a aprendizagem, que resulta em mudança de comportamento.
![]() |
Saiba Mais |
Observe que esta educação em saúde pode ser considerada como conteúdo naturalmente integrante em qualquer nível da atenção, sendo que educação não é só aquela planejada pelas equipes como programas ou atividades educativas da Estratégia Saúde da Família (ESF), mas qualquer ação de saúde tanto de promoção, prevenção como de cura e reabilitação. Isso depende exclusivamente da atitude educativa do profissional ou da equipe (RUMOR et al, 2010).
Assim, é importante que os profissionais de saúde compartilhem desta concepção na sua prática, ou seja, a educação como prática individual, bem como, também em grupos e para as comunidades.
Você estudou aqui que a educação em saúde também é considerada uma tecnologia de saúde. Proporcionar a educação em saúde aos pacientes e a equipe significar possibilitar o desenvolvimento de certa autonomia e maior compreensão do estado de saúde de cada um. Integrar a educação às práticas profissionais torna-se, portanto, um requisito fundamental. Esperamos que com esta aprendizagem você possa contribuir para melhoria do atendimento e atenção em saúde em seu ambiente de trabalho!