A fitoterapia é compreendida como ajuda ao organismo para normalizar suas funções fisiológicas prejudicadas, restaurar a imunidade enfraquecida, promover a desintoxicação e o rejuvenescimento (FRANÇA et al, 2008). Esta prática vem se expandindo no Brasil e no mundo, num movimento de associar avanço tecnológico ao conhecimento popular e ao desenvolvimento sustentável.
Observe que as indústrias farmacêuticas foram, e continuam sendo, beneficiadas pelos conhecimentos populares sobre o uso medicinal das plantas. Recentemente, mostrou-se que 50% dos medicamentos aprovados entre 1981 e 2006 pelo FDA, são direta ou indiretamente derivados de produtos naturais (FERREIRA; PINTO, 2010).
Atente que a Portaria nº 22/1967 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária e a Resolução-RDC nº 17/2000 classificam os fitoterápicos como medicamentos. Neste sentido, de acordo com França et al (2008, p. 206) os fitoterápicos devem ser submetidos às mesmas exigências de identificação, pureza, teor e demais estudos farmacopéicos, que os medicamentos industrializados, obtidos por síntese ou processos biotecnológicos, são submetidos, além de testes clínicos e pré-clínicos, antes de sua comercialização.
No entanto, podemos observar que essas exigências não são respeitadas rotineiramente. As plantas, por serem naturais, muitas vezes, são vistas como não prejudiciais à saúde, o que é um erro. Lembre-se que há uma grande variedade de plantas que podem ser nocivas à saúde humana, com grande teor de toxicidade (FRANÇA et al, 2008; FERREIRA; PINTO, 2010).
A inclusão da fitoterapia na atenção básica de saúde não pode ser algo isolado, como a iniciativa de um profissional ou uma imposição de gestão. Essa prática envolve um conjunto de atitudes, valores e crenças que constituem uma filosofia, tanto do grupo de profissionais quanto da comunidade em que se insere. Acompanhe na animação a seguir mais informações sobre este tema:
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Saiba Mais |
Podemos notar que alguns estudos também apresentam resultados diferentes com relação à efetividade de uma mesma planta para um determinado uso, o que remete, como já destacado anteriormente, à necessidade de estudos mais rigorosos e com metodologias adequadas.
Você pode verificar que, na literatura brasileira, os estudos sobre o uso de plantas para controle de hipertensão arterial não são comuns. Porém, há inúmeros estudos internacionais que avaliaram o uso de diferentes plantas, como por exemplo, o extrato de tomate (não industrializado) que contém carotenóides como o licopeno, beta-caroteno, vitamina E, que são conhecidos como antioxidantes eficazes para retardar a progressão da aterosclerose (ENGELHARD; GAZER; PARAN, 2006).
O uso de alho também foi investigado por Capraz, Dilek e Akpolat (2007). Neste estudo, verificaram que o alho é comumente usado pela população para baixar a pressão (especialmente o uso na forma de cápsulas), porém, no estudo, não obtiveram resultado favorável. Ou seja, os resultados apontam que não houve redução da pressão arterial com o uso desse produto. Esses autores referem a existência de outros estudos que apontam a eficácia do alho. Desta forma, percebemos, mais uma vez, que os estudos ainda não são suficientes para mostrar cientificamente a eficácia ou não de certos produtos naturais.
Segundo dados da pesquisa realizada por Rosa (2011), no câncer, o uso de plantas é relativamente comum. No entanto, segundo a autora, muitas vezes, para o equilíbrio do corpo, para estimular o sono e o relaxamento e não especificamente para o tratamento da doença. O uso de chás de camomila, erva-cidreira e funcho foram os mais citados na pesquisa.
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Palavra do Profissional |
Com estes questionamentos finalizamos a apresentação das PICS e lembramos que estas práticas podem integrar as ações de enfermagem bem como num aprendizado pessoal. Pois a própria universalidade do tema nos remete a este conhecimento.