Os diagnósticos no contexto da Reforma Psiquiátrica estão, de maneira geral, caracterizados em três vertentes: descritiva, estrutural e fenomenológica. Esses tipos direcionam a interpretação profissional sobre a condição humana de loucura-sofrimento-doença-transtorno.
Salientamos que o método para identificar e conhecer o sofrimento psíquico é inerente a cada abordagem. Sobre este fato, a Organização Mundial da Saúde indica:
Na abordagem descritiva, o método é baseado na história natural, em que o conhecimento surge da observação empírica dos fenômenos. Locke e Condillac são os principais expoentes cuja experiência origina o conhecimento humano. Na psiquiatria, Pinel inspirou-se em Condillac para construir seu método que consistia em observar e descrever, pois a natureza indicaria a mudança dos objetos em estudo. A partir dessas ideias, Pinel cunhou o Tratado médico-filosófico sobre a alienação mental ou a mania, o primeiro livro que disciplina a classificação das alienações mentais (AMARANTE, 2007).
O uso de sistemas de classificação para os transtornos mentais possibilita diagnósticos psiquiátricos padronizados, fornecendo uma base comum para o diálogo entre os profissionais de saúde das diferentes classes. Os dois sistemas atualmente em uso são - a Classificação Internacional de Doenças (CID), da Organização Mundial de Saúde (OMS, 1993) e o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders – DSM), da Associação Americana de Psiquiatria (APA,1995).
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Saiba Mais |
O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders – DSM), da Associação Americana de Psiquiatria (American Psychiatric Association – APA), é direcionado para profissionais da área da saúde mental e lista diferente categorias de transtornos mentais e critérios para diagnosticá-los. É usado ao redor do mundo por clínicos e pesquisadores, por companhias de seguro, pela indústria farmacêutica e por parlamentares e demais políticos (APA,1995).
Atualmente em sua 4ª edição, conhecido pela designação “DSM-IV”, ainda em 2013 está para ser lançada a sua 5ª edição. Este manual fornece critérios de diagnóstico para a generalidade das perturbações mentais, incluindo componentes descritivos, de diagnóstico e de tratamento, constituindo um instrumento de trabalho de referência para os profissionais da saúde mental. Desde a publicação original da DSM-IV em 1994, observaram-se já muitos avanços no conhecimento das perturbações mentais e das doenças do foro psiquiátrico (APA, 1995). DSM-IV organiza cada diagnóstico psiquiátrico em cinco níveis (eixos), relacionando os diferentes aspectos das desordens, acompanhe na animação:
De acordo com estes sistemas, é possível classificar os transtornos mentais em:
Acompanhe na próxima página a continuidade deste tema: