O campo dos cuidados engloba um conjunto de dispositivos e iniciativas ligados ao agenciamento da vida naquilo que está sendo impedido ou prejudicado pela psicose ou outro tipo de sofrimento psíquico. É necessário intermediar para e com a pessoa os impasses de seu cotidiano, construir projetos de vida compartilhadamente com a Rede de Atenção Psicossocial (TENÓRIO; ROCHA, 2006).
Na prática, o cuidado na atenção psicossocial implica em construção de um processo diagnóstico, de uma responsabilidade conjunta da equipe, de acompanhamento coletivo dos casos e avaliações permanentes das ações realizadas com as pessoas sob cuidado no território.
Apresentaremos a seguir estratégias de intervenção a partir do diagnóstico baseado em Saraceno, Asioli e Tognoni (1994), conforme o quadro a seguir:
Quadro 1.3: Estratégias de intervenção em saúde mental.
Fonte: Saraceno; Asioli; Tognoni (1994, p. 24).
A intervenção e o cuidado em saúde mental materializam-se no projeto terapêutico do usuário, que é planejado a partir de sua história e necessidade com a equipe interdisciplinar. O projeto parte de atividades que o serviço propõe, como atendimentos individuais através de consulta de enfermagem; psicoterapia; atendimento com médico; atividades em grupo; atividades de geração e renda; participação em associação de usuários, entre outros.
Todavia, é importante ter clareza de que as atividades ofertadas pelo serviço conseguem corresponder à necessidade do usuário, para pensar atividades compatíveis a cada caso. Assim, a intersetorialidade e o acompanhamento terapêutico são recursos valiosos para ampliar projetos e valorizar cada pessoa em sua singularidade.
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Considerando que, para lidar com pessoas com problemas de saúde mental, diversos recursos precisam ser efetivados, lembramos que o diagnóstico é importante para a definição do recurso psicofarmacológico. Atualmente, está disponível na Rede uma gama de medicamentos antipsicóticos, estabilizadores de humor, antidepressivos, ansiolíticos e hipnóticos (SARACENO; ASIOLI; TOGNONI, 1994).
Outros recursos não farmacológicos são fundamentais e eles se relacionam a atitudes que podem ser estimuladas nos trabalhadores da área da Saúde. Dentre algumas atitudes psicoterapêuticas que favorecem o acolhimento, a demonstração de empatia e o interesse pela pessoa em sofrimento, sugerimos, baseados também em Saraceno, Asioli e Tognoni (1994) e Tófoli, Pereira e Sampaio (2002):
Você acompanhou neste estudo detalhes importantes sobre o cuidado na atenção psicossocial e sua aplicação ao cuidado e acolhimento junto ao usuário do sistema de saúde.