O tipo de avaliação depende em grande parte do interessado na avaliação. Quem vai usar ou tomar uma decisão a partir dessa avaliação? Diferentes atores têm diferentes interesses. Os gestores, responsáveis pela condução política do sistema ou do programa de saúde, buscam indicadores de viabilidade, legitimidade e utilidade mais vinculados aos aspectos ideológicos do que aos aspectos técnicos. Para a tomada de decisão, faz-se necessária a avaliação das questões políticas envolvidas no processo, além de argumentos para justificar os recursos e os esforços envolvidos e para conseguir novos investimentos.

Os indicadores pactuados, os dados de mortalidade e morbidade, e os índices de produtividade são os mais frequentemente acompanhados por assessores e profissionais de saúde. Como já vimos anteriormente, consistem em processos de diagnóstico e monitoramento, e não em avaliações para a tomada de decisão, mas são extremamente necessários e úteis para garantir a qualidade das ações e dos processos realizados (NOVAES, 2000).
O trabalhador da saúde no setor público depara-se rotineiramente com graves problemas de morbidade enfrentados pela população e, muitas vezes, enfrenta grandes dificuldades para dar os encaminhamentos adequados aos casos. Essas dificuldades decorrem da própria estrutura dos serviços e da limitação de oferta de alguns procedimentos pela rede pública. Sendo assim, podem ser frequentes as frustrações com seu trabalho. Para atuação na Estratégia Saúde da Família, a avaliação de maior utilidade é a que vai buscar identificar elementos para aperfeiçoar o processo de trabalho e melhorar a situação de saúde da população.
Na prática:
Procure analisar as diferentes propostas de avaliação com as quais já teve contato e tente identificar o interessado naquele resultado, quem vai utilizar aquela avaliação para decidir alguma coisa.
Calvo, Magajewski e Andrade