Módulo 6: Politica de redes de atenção à saúde
Unidade 2: Promoção da saúde nos diferentes níveis de atenção

Conceito e abrangência da promoção da saúde
Conferencias e Declarações
A Política de Promoção da Saúde / Evolução no Brasil
Determinantes sociais de saúde
Conceito de risco e Vulnerabilidade
Risco, vulnerabilidade e doença crônica não transmissível
O desafio da promoção da saúde em condições crônicas

Desafio 3: A adoção de ações individuais e sociais para o enfrentamento das DCNT

Desta forma, como nova resposta aos problemas de saúde referenciados pelo paradigma de produção social da saúde, devemos articular as estratégias de intervenção individual e coletiva e atuar nos aspectos críticos de um problema de saúde, baseados em um saber interdisciplinar e um agir intersetorial (MEIRELLES, 2003)*, que neste caso em questão é a prevalência das condições crônicas e as ações a serem adotadas para sua prevenção e controle.

A seguir, as seguintes intervenções são apresentadas duas intervenções:

  1. Intervenções na Saúde para a População em geral
  2. Intervenções em saúde individuais
Conheça um pouco sobre suas características.

I) Intervenções na Saúde para a População em geral

Para a Organização Mundial de Saúde (WHO, 2011), as intervenções na promoção de saúde para prevenir as DCNT em uma base populacional ampla não só são atingíveis, mas também rentáveis. E o nível de renda de um país ou sua população não são barreiras para o sucesso das ações. Soluções de baixo custo podem ser adotadas em qualquer lugar para reduzir os fatores de risco para DCNT. Embora muitas intervenções possam ser custo-efetivo, algumas ações são consideradas best buy.

O Ministério da Saúde (BRASIL, 2011)* traduz o termo “Best buy” como as “melhores apostas”, ou seja, ações a serem executadas imediatamente para que produzam resultados acelerados em termos de vidas salvas, doenças prevenidas e custos altos evitados. Neste texto manteremos o termo original do inglês, salientando que estas intervenções caracterizam-se por ser mais custo-efetivas.

Acompanhe agora mais informações sobre “Best buy”.

Saiba Mais
Para complementar seu aprendizado, consulte a referência apresentada.

WHO. World Health Organization. Global status report on noncommunicable diseases 2010, Genebra : World Health Organization. 2011. Disponível em: http://www.who.int/nmh/publications/ncd_report_full_en.pdf. Acesso em: 11 jul. 2012.

II) Intervenções em saúde individuais

Além da população em geral, todas as intervenções nas DCNT realizadas pelos sistemas de saúde dos países devem ser feitas em pessoas que já têm DCNT ou que apresentam alto risco de desenvolvê-las. Evidências de países de alta renda mostram que essas intervenções podem ser muito eficazes e também são geralmente de custo-benefício ou de baixo custo. Quando combinadas, à população em geral e individual, essas intervenções podem salvar milhões de vidas e reduzir consideravelmente o sofrimento humano por doenças não transmissíveis.

Outra best buy é a administração de aspirina para pessoas que desenvolveram um infarto do miocárdio. Em todos os países, essas best buys precisam ser ampliadas e fornecidas por meio de cuidados primários de saúde (WHO, 2011)*.

Também em condições específicas de doenças estas intervenções individuais são importantes, poderíamos citar:

  • Diabetes: Pelo menos três intervenções de prevenção e controle do diabetes são mostradas para reduzir custos e melhorar a saúde: controle da pressão arterial, controle glicêmico e cuidados com os pés são intervenções viáveis e de baixo custo para pessoas com diabetes.
  • Câncer: Intervenções custo-efetivas estão disponíveis nas quatro grandes abordagens para a prevenção e controle do câncer: prevenção primária, detecção precoce, tratamento e cuidados paliativos. Em muitos países de baixa e média renda, o acesso aos cuidados, à morfina oral e a pessoal treinado em cuidados paliativos são limitados, por isso a maioria dos pacientes com câncer morre sem alívio adequado da dor. Cuidado paliativo na comunidade e no domicílio pode ser bem sucedido e rentável nesses países.
  • Doença respiratória crônica: Em muitos países de baixa renda, drogas utilizadas por inalação, como corticoides, ainda não são financeiramente acessíveis. Os países podem adquirir medicamentos por via inalatória de qualidade garantida e a custos acessíveis. Programas de saúde do pulmão desenvolvidos para tratar a tuberculose podem ser integrados com as intervenções para doenças respiratórias crônicas.

Para que os sistemas de saúde dos países de baixa e média renda possam expandir as intervenções individuais de saúde, eles precisam priorizar um conjunto de tratamentos de baixo custo viáveis dentro de seus orçamentos. Muitos países poderiam ter um baixo custo nos tratamentos individuais, abordando a ineficiência dos programas atuais, voltados para o tratamento nos estágios avançados de DNT (WHO, 2011)*.

Palavra do Profissional
Reflita se no serviço de saúde em que você atua, existem intervenções para a saúde da população em geral e intervenções específicas para a pessoa em condição crônica? Em caso afirmativo, procure relacioná-las a sua prática!