Módulo 6: Saúde materna, neonatal e do lactente - Enfermagem na atenção à saúde materno-fetal: pré-natal
Unidade 2: Gravidez: Diagnóstico e Evolução

Diagnóstico de gravidez
Fisiologia da gravidez
Desenvolvimento do bebê

Aspectos sociais, culturais e emocionais da gravidez

A mudança de humor é uma constante ao longo da maioria das gestações. Ao mesmo tempo em que pode manifestar um sentimento de alegria, a mulher pode mostrar-se triste e desanimada. As gestantes choram com grande frequência e na grande maioria das vezes, sem motivo aparente. Assim, a compreensão desta labilidade emocional por parte da família é de extrema importância para que não gere culpas desnecessárias e possa apoiá-la em seus momentos de tristeza e angústia.

Palavra do Profissional
Converse com a mulher e sua família, informando sobre as mudanças de humor esperadas ao longo da gravidez e ofereça apoio nas suas dúvidas e incertezas.

As mudanças na imagem corporal também podem gerar sentimentos contraditórios nas gestantes. Algumas sentem-se mais bonitas, outras angustiam-se com o aumento de peso, aumento dos seios, medo de não retornar ao peso anterior, medo de que o parceiro não as ache atraentes. Tais sentimentos podem gerar muita angústia e por esta razão precisam ser discutidos com a finalidade de auxiliar a mulher no seu enfrentamento (RICCI, 2008).

Palavra do Profissional
A compreensão das mudanças psicossociais experimentadas ao longo da gravidez permite que a família, sobretudo a mulher e o homem se preparem para o desafio de ser mãe e ser pai.

Para que possa desempenhar a contento o papel de mãe, a mulher precisa desempenhar algumas tarefas (RICCI, 2008). Veja quais são a seguir:

Gravidez e nascimento seguros
Assegurar uma gravidez e um nascimento seguros - foco primário na atenção da mulher;
  • Primeiro trimestre: a mulher concentra-se em si própria, não no feto;
  • Segundo trimestre: a mulher desenvolve laços de grande valor com o feto;
  • Terceiro trimestre: a mulher preocupa-se consigo própria e com seu feto com se fossem uma única pessoa;
A participação em atividades positivas de autocuidado relacionadas com dieta, exercícios e bem-estar geral.
Procurar a aceitação do bebê por outras pessoas
Procurar a aceitação do bebê por outras pessoas
  • Primeiro trimestre: aceitação da gravidez por si própria e por outras pessoas;
  • Segundo trimestre: a família precisa relacionar-se com o feto como membro da família;
  • Terceiro trimestre: aceitação incondicional sem rejeição.
Procurar aceitar a si própria no papel de mãe do bebê (estabelecer vínculos)
Procurar aceitar a si própria no papel de mãe do bebê (estabelecer vínculos)
  • Primeiro trimestre: a mãe aceita a ideia da gravidez, mas não a do lactente;
  • Segundo trimestre: com a sensação dos movimentos fetais sentidos pela mãe, a mulher percebe o feto como sendo uma entidade separada dela;
  • Terceiro trimestre: a mãe deseja segurar o bebê e se cansa de estar grávida.
Aprender a dar de si
Aprender a dar de si
  • Primeiro trimestre: identifica que é necessário abrir mão para assumir o novo papel;
  • Segundo trimestre: identifica-se com o bebê e aprende o modo de postergar os próprios desejos;
  • Terceiro trimestre: questiona a capacidade de tornar-se uma boa mãe.

No terceiro trimestre, o nível de ansiedade tende a elevar-se novamente em razão da proximidade do parto e das alterações do ritmo de vida após a chegada do bebê. Os sentimentos em geral são contraditórios, oscilando entre a vontade de ter o filho e terminar a gravidez e a vontade de prolongá-la para adiar as adaptações necessárias à nova vida e exercício do novo papel, o de ser mãe.

É neste momento que surgem os medos em relação à dor no parto, à morte, à má-formação fetal e à sobrevivência do bebê, entre outros.