IAM
O IAM resulta, geralmente, da rotura de uma placa de ateroma e formação de um trombo oclusivo que interrompe o fluxo sanguíneo em uma artéria coronária. Vamos recordar um pouco da fisiopatologia do IAM conforme nos mostra Knobel (2002). Observe o esquema apresentado na animação a seguir:
Figura: fisiopatologia do IAM
Fonte: Knobel (2002)
No esquema acima, o autor chama atenção para o fato de que a oclusão arterial coronária leva à cessação do fluxo sanguíneo, resultando em isquemia e injúria miocárdica, progredindo ao subendocárdio e subepicardio. A extensão do dano miocárdico é variável em função do tempo e grau de diminuição do fluxo imposto pelo processo trombótico, do consumo de oxigênio miocárdico e do fluxo coronário colateral para a área miocárdica acometida (KNOBEL, 2002).
Esteja atento aos seguintes sinais e sintomas: dor prolongada retroesternal, epigástrica, abdominal alta ou precordial irradiando ao pescoço, ombro, mandíbula, braço e mão esquerdos. Fenômenos vagais: náuseas, vômitos e diaforese; dispnéia, sensação de morte iminente e ansiedade (PIRES; STARLING, 2006).
Por sua vez, Sallum e Paranhos (2010), destacam que a abordagem inicial do paciente com dor torácica na emergência inicia-se com:
- Monitorização: inclui monitorar o ritmo cardíaco, a freqüência cardíaca, a pressão arterial e a saturação de oxigênio;
- Providenciar acesso venoso periférico seguro em veia calibrosa.
 |
Palavra do Profisional |
O atendimento a pacientes com dor torácica na emergência é tempo-dependente. Ou seja, é imprescindível a abordagem inicial rápida que consiste em avaliação clinica, exame físico, monitorização multiparamétrica, punção venosa, avaliação do ECG, coleta e interpretação dos marcadores de necrose miocárdica e intervenção farmacológica inicial (VIANA, 2011).
Após a abordagem inicial o enfermeiro deve:
- Verificar se o diagnóstico médico da SCA foi confirmado;
- Diminuir o consumo de oxigênio por meio de medidas farmacológicas com ou protocolo da unidade;
- Planejar os cuidados (diagnósticos e intervenções de enfermagem), a partir do estabelecimento de um plano terapêutico junto ao médico para desobstrução da artéria coronária (mecânica ou química).
Dentre o que é destacado podemos salientar:
- Obter acesso venoso calibroso e seguro;
- Promover o repouso no leito entre as primeiras 12 e 24h. Se o paciente estiver estável hemodinamicamente, sem arritmias e sem recorrência da dor torácica por 12 a 24h, liberar o paciente para levantar do leito gradativamente. (Evidência 1/C);
- Realizar Monitorização eletrocardiográfica contínua. (Evidência 1/C);
- Fornecer oxigênio suplementar – ATENÇÃO: apenas em paciente com congestão pulmonar, dispnéia, cianose ou SatO2 < 90%. (Evidência 1/B);
- Administrar Morfina – se não houver alívio da dor com nitratos, usar morfina 2 a 4 mg a cada 5 a 15 minutos, se necessário, para redução da ansiedade e atividade autonômica, diminuindo a demanda metabólica do miocárdio (I/C);
- Ansiolíticos – não tem indicação de uso indiscriminado. Não há benefício comprovado.
Retornando ao caso do Sr. José, vamos ver como ele está? Acompanhe na página a seguir.