Módulo 7: Linha de Cuidado nas Urgências/Emergências Cárdio e Neurovasculares
Unidade 1: Cuidado de Enfermagem nas Emergências Cardiovasculares

Conceitos Iniciais
Infarto Agudo do Miocárdio (IAM)
Arritmias Cardíacas
Parada Cardiorrespiratória (PCR)
Atendimento a PCR sistematizado - Suporte básico de vida
Atendimento a PCR sistematizado - Suporte Avançado de Vida (SAV ou ACLS)

IAM

O IAM resulta, geralmente, da rotura de uma placa de ateroma e formação de um trombo oclusivo que interrompe o fluxo sanguíneo em uma artéria coronária. Vamos recordar um pouco da fisiopatologia do IAM conforme nos mostra Knobel (2002). Observe o esquema apresentado na animação a seguir:

Figura: fisiopatologia do IAM

Fonte: Knobel (2002)

No esquema acima, o autor chama atenção para o fato de que a oclusão arterial coronária leva à cessação do fluxo sanguíneo, resultando em isquemia e injúria miocárdica, progredindo ao subendocárdio e subepicardio. A extensão do dano miocárdico é variável em função do tempo e grau de diminuição do fluxo imposto pelo processo trombótico, do consumo de oxigênio miocárdico e do fluxo coronário colateral para a área miocárdica acometida (KNOBEL, 2002).

Esteja atento aos seguintes sinais e sintomas: dor prolongada retroesternal, epigástrica, abdominal alta ou precordial irradiando ao pescoço, ombro, mandíbula, braço e mão esquerdos. Fenômenos vagais: náuseas, vômitos e diaforese; dispnéia, sensação de morte iminente e ansiedade (PIRES; STARLING, 2006).

Por sua vez, Sallum e Paranhos (2010), destacam que a abordagem inicial do paciente com dor torácica na emergência inicia-se com:

  • Monitorização: inclui monitorar o ritmo cardíaco, a freqüência cardíaca, a pressão arterial e a saturação de oxigênio;
  • Providenciar acesso venoso periférico seguro em veia calibrosa.

Palavra do Profisional
O atendimento a pacientes com dor torácica na emergência é tempo-dependente. Ou seja, é imprescindível a abordagem inicial rápida que consiste em avaliação clinica, exame físico, monitorização multiparamétrica, punção venosa, avaliação do ECG, coleta e interpretação dos marcadores de necrose miocárdica e intervenção farmacológica inicial (VIANA, 2011).

Após a abordagem inicial o enfermeiro deve:

  • Verificar se o diagnóstico médico da SCA foi confirmado;
  • Diminuir o consumo de oxigênio por meio de medidas farmacológicas com ou protocolo da unidade;
  • Planejar os cuidados (diagnósticos e intervenções de enfermagem), a partir do estabelecimento de um plano terapêutico junto ao médico para desobstrução da artéria coronária (mecânica ou química).

Dentre o que é destacado podemos salientar:

  • Obter acesso venoso calibroso e seguro;
  • Promover o repouso no leito entre as primeiras 12 e 24h. Se o paciente estiver estável hemodinamicamente, sem arritmias e sem recorrência da dor torácica por 12 a 24h, liberar o paciente para levantar do leito gradativamente. (Evidência 1/C);
  • Realizar Monitorização eletrocardiográfica contínua. (Evidência 1/C);
  • Fornecer oxigênio suplementar – ATENÇÃO: apenas em paciente com congestão pulmonar, dispnéia, cianose ou SatO2 < 90%. (Evidência 1/B);
  • Administrar Morfina – se não houver alívio da dor com nitratos, usar morfina 2 a 4 mg a cada 5 a 15 minutos, se necessário, para redução da ansiedade e atividade autonômica, diminuindo a demanda metabólica do miocárdio (I/C);
  • Ansiolíticos – não tem indicação de uso indiscriminado. Não há benefício comprovado.
Retornando ao caso do Sr. José, vamos ver como ele está? Acompanhe na página a seguir.