Módulo 7: Linha de Cuidado nas Urgências/Emergências Cárdio e Neurovasculares
Unidade 1: Cuidado de Enfermagem nas Emergências Cardiovasculares

Conceitos Iniciais
Infarto Agudo do Miocárdio (IAM)
Arritmias Cardíacas
Parada Cardiorrespiratória (PCR)
Atendimento a PCR sistematizado - Suporte básico de vida
Atendimento a PCR sistematizado - Suporte Avançado de Vida (SAV ou ACLS)

Terapêuticas

Após saber o seu diagnóstico de infarto agudo do miocárdio (IAM), confirmado pelo médico, o Sr. José está ansioso, hipertenso e sua dor persiste, mesmo depois da medicação administrada. Vejamos na animação como ele está.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia, a reperfusão pode ser realizada com a utilização de agentes fibrinolíticos ou com angioplastia primária com balão (ACTP), com ou sem implante de stents. A escolha da terapêutica vai depender da disponibilidade da instituição em oferecer um serviço de hemodinâmica para realizar procedimentos intervencionistas percutâneos, como a ACTP (Sociedade Brasileira de Cardiologia, 2009).

Saiba Mais
Para aprofundar seus conhecimentos acerca do assunto, consulte os seguintes sites:
  • Angioplastia Coronariana Transluminal Percutânea, disponível aqui;
  • Coronary Artery Angioplasty (PCI, Heart Stent Surgery) (vídeo em Inglês), disponível aqui;
  • Desobstrução de artérias com balões e stents na angioplastia, disponível aqui.

Vamos entender o que os autores apontam sobre a terapêutica de reperfusão:

O enfermeiro exerce papel de suma importância na escolha dos protocolos de reperfusão, pois dependendo do tempo do inicio dos sintomas observado na primeira avaliação e que se dará a escolha pela reperfusão química ou mecânica. Para os efeitos do caso abordado, vamos aprofundar-nos no cuidado de enfermagem ao paciente submetido à reperfusão química por meio da administração de trombolíticos (SALLUM; PARANHOS, 2010).

A preocupação do enfermeiro, ao se envolver na elaboração desses protocolos, diz respeito às implicações diretas que a administração dos fármacos traz para o cuidado de enfermagem, tanto na execução terapêutica quanto na capacitação permanente de sua equipe para que os protocolos sejam efetivados rotineiramente (SALLUM; PARANHOS, 2010).

Palavra do Profissional
Vamos resgatar a discussão realizada no início deste módulo? Como você se recorda, abordávamos o desafio de construir uma linha de cuidado para o IAM. Mas, com sr. José na Unidade de pronto Atendimento (UPA) aguardando uma vaga de UTI para o seu tratamento definitivo, de que modo podemos pensar na linha de cuidado? Discuta com seus colegas sobre isso e tente planejar o cuidado seguro de enfermagem ao sr. José que iniciará a terapêutica trombolítica. Não esqueça que ele precisa de atendimento de qualidade rapidamente na rede de saúde.

Confira a seguir, no quadro abaixo, o que as autoras definem sobre os trombolíticos utilizados no paciente com IAM.

Quadro: Trombolíticos utilizados nos pacientes com IAM.

Fonte: SALLUM; PARANHOS, 2010.

As mesmas autoras ainda apontam que a reperfusão com trombolítico é indicada em pacientes com dor torácica em tempo menor do que duas horas. Com alterações de ECG apresentando supradesnivelamento do segmento ST igual ou superior a 1 mm que aparecem igual ou superior a duas derivações contíguas, bloqueio de Ramo Esquerdo- BRE novo ou supostamente novo; sem limite de idade (SALLUM; PARANHOS,2010).

Veja na animação a seguir o protocolo do Hospital Sirio Libânes para a administração dos trombolíticos.

Administração alteplase
Deve ser administrada EV na forma acelerada de acordo com Schetino et al 2006:
15 mg Ev em bolus;
0,75 mg/kg – Máximo de 50 mg em trinta minutos;
0,50 mg/kg - Máximo 35 mg em sessenta minutos.
Administração tenecteplase
Bolus endovenoso único, no período de cinco a dez segundos, dose ajustada pelo peso do paciente de acordo com Schetino et al. (2006):
< 60 Kg: 30 mg;
60 - 69 Kg: 35 mg;
70 - 79 kg: 40 mg;
80 - 89 Kg: 45 mg;
> ou = 90 Kg-: 50 mg.
Administração estreptoquinase
Dose total da infusão 1.500.000 UI EV- Diluída em 100 ml de Solução Fisiológica 0,9%, sendo 200.000UI (14 ml) em bolus e o restante (86 ml) em 30 a 60 minutos. Na presença de efeitos colaterais, diminuir o gotejamento ou suspender a infusão temporariamente. Contra-indicado em caso de reações em uso anterior e respeitar intervalo superior a 2 anos após seu uso (SCHETINO et al, 2006).

Como orientação, apresentamos a seguir, uma proposta de diagnósticos e intervenções baseadas na Classificação Internacional das Práticas de Enfermagem (CIPE® versão 1.0). Contudo, lembre-se que você poderá adotar a referência que foi estabelecida em sua instituição ou Unidade.

Palavra do Profissional
Algum tempo atrás, o tratamento para o IAM basicamente consistia em evitar as complicações como o aparecimento de arritmias e a insuficiência cardíaca. Atualmente, a preocupação está em recanalizar química ou mecanicamente a artéria comprometida e evitar a recorrência do infarto. Porém, a arritmia cardíaca ainda é motivo de constante preocupação nas emergências, para evitar a recorrência do infarto e proporcionar melhor qualidade de vida ao paciente.

Neste estudo, aprofundamos nossos conhecimentos sobre o Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) e vimos como deve ser estabelecida a linha de cuidado para os pacientes que apresentam um quadro de SCA. Como você pôde verificar, as alterações eletrocardiográficas são sinais fundamentais para adequada avaliação do paciente.