Módulo 7: Linha de Cuidado nas Urgências/Emergências Cárdio e Neurovasculares
Unidade 1: Cuidado de Enfermagem nas Emergências Cardiovasculares

Conceitos Iniciais
Infarto Agudo do Miocárdio (IAM)
Arritmias Cardíacas
Parada Cardiorrespiratória (PCR)
Atendimento a PCR sistematizado - Suporte básico de vida
Atendimento a PCR sistematizado - Suporte Avançado de Vida (SAV ou ACLS)

Introdução

Nos homens, são as doenças isquêmicas do coração e as doenças neurovasculares algumas das principais causas de mortalidade na população brasileira, enquanto, nas mulheres, predominam as doenças neurovasculares. O processo da aterosclerose e suas complicações são os principais responsáveis pela morbidade e pela mortalidade das doenças cardiovasculares, estimuladas e potencializadas pelos fatores de risco como: idade, sexo, tabagismo, dislipidemia, diabetes e hipertensão arterial sistêmica. Outros fatores, genéticos e ambientais, estão também envolvidos em graus variáveis de importância (SOCESP, 2006).

Dados nacionais recentes demonstram redução da mortalidade por doenças cardiovasculares em geral, apesar de esta ser discreta e ter-se iniciado somente a partir da década de 1980. Por outro lado, nos países desenvolvidos observa-se redução acentuada desde a década de 1960. Com análise mais detalhada, realizada em homens e mulheres, por faixas etárias acima de 30 anos, observaram-se resultados preocupantes em algumas capitais do País (SOCESP, 2006).

Ainda, conforme a Consulta Pública nº 06 de 20 de setembro de 2011, documento norteador da Linha de Cuidado do infarto agudo do miocárdio (IAM), as doenças cardiovasculares são a principal causa de morbidade, incapacidade e morte no mundo e no Brasil, sendo responsáveis por 29% das mortes registradas em 2007. Os gastos com internações pelo SUS totalizaram 1,2 milhão em 2009 e, com o envelhecimento da população e a mudança dos hábitos de vida, a prevalência e importância das Doenças Cardio Vasculares - DCV tende e aumentar nos próximos anos. Reforça ainda, que a Organização Panamericana de Saúde (OPAS) reconhece a necessidade de uma ação integrada contra tais doenças e irá propor aos países membros que estabeleçam a meta global de reduzir sua taxa de mortalidade em 20% na década de 2011-2020 em relação à década anterior (BRASIL, 2011a).

Logo, as Doenças Crônicas não transmissíveis DCNT são apontadas como as principais causas de morte no mundo, correspondendo a 63% dos óbitos, em 2008.

Conceitos Iniciais

Para pensar no significado de uma linha de cuidado, precisamos compreender o novo desenho organizativo para a gestão do Sistema Único de Saúde que são as Redes de Atenção em Saúde (RAS). Publicada no Diário oficial da União em 28/06/2011 mediante o Decreto 7508, a RAS é o conjunto de ações e serviços de saúde articulados em níveis de complexidade crescente, com a finalidade de garantir a integralidade da assistência à saúde.

Palavra do Profisional
Mas qual o significado de Linha de Cuidado?

A linha de cuidado, dentro da Rede de Urgência e Emergência (RUE) é considerada como o modelo de organização mais adequado para atender aos problemas de saúde de forma a promover a equidade e a integralidade da assistência à saúde da população.

Vamos observar com atenção o que nos traz a definição abaixo, segundo a Fiocruz (2011, p.10), sobre linha de cuidado:

É a imagem pensada para expressar os fluxos assistenciais seguros e garantidos ao usuário, a fim de atender as suas necessidades de saúde. É como se ela desenhasse o itinerário que o usuário faz por dentro de uma rede de saúde, incluindo os segmentos não necessariamente inseridos no sistema de saúde, mas que participam de alguma forma da rede, tal como entidades comunitárias e de assistência social.