Acreditamos que a intenção de quem realiza as atividades de educação em saúde, mesmo embasada nessa forma tradicional, é sempre a melhor, ou seja, o interesse é de que as pessoas aprendam a se autocuidar, a terem uma melhor condição de saúde, mudando os seus hábitos para um bom controle da doença. Acreditam que o conhecimento profissional é mais correto, o único que tem validade, pois foi o que aprenderam durante sua formação. No entanto, há um sério problema nessa abordagem que consiste em desconsiderar a experiência das pessoas que vivem com a condição crônica, a experiência que constroem na vivência de sua condição crônica.
Temos aprendido ao longo de anos cuidando dessas pessoas, que cada doença se expressa de forma diversa em cada pessoa. Por exemplo, o diabetes que nós, profissionais da saúde, aprendemos nos textos, não é o mesmo daquele experienciado pela pessoa que estamos cuidando. Você deve ter em mente que nem tudo que sabemos é verdadeiro para o paciente, pois cada um tem uma história, vive num contexto específico e diverso do profissional.
Assim, um primeiro e importante reconhecimento que precisamos fazer é de que nosso conhecimento é apenas parcial sobre a condição crônica de uma pessoa, está restrito às nossas observações empíricas e ao conhecimento científico a que tivemos acesso.
Lembre-se ainda que tal conhecimento científico adquirido pelos profissionais nem sempre está atualizado, uma vez que a produção do conhecimento em nosso mundo atual é tão dinâmica, que aquilo que foi comprovado por uma pesquisa hoje, pode ser questionado em outra pesquisa publicada amanhã. Acompanhar essa produção do conhecimento é um desafio constante que nós, enfermeiros, precisamos enfrentar.
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Palavra do Profissional |
Você deve atentar que uma das estratégias importantes para dar conta da compreensão da experiência de viver com uma doença crônica são as pesquisas desenvolvidas na perspectiva da busca da subjetividade das pessoas, ou seja, que procuram compreender como é viver com uma condição crônica. As pesquisas qualitativas revelam muitas dessas experiências, nos alertando que as pessoas fazem interpretações e dão significados diferentes para suas doenças (SOUZA et al, 2009; SILVA et al, 2006; RIBAS et al, 2009).
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