Módulo 8: Linha de Cuidado Nas Urgências/Emergências Traumatológicas
Unidade 3: A avaliação Inicial (primária) à vítima de trauma

Introdução
Ventilação e Respiração
Contusão Pulmonar
Circulação com controle da Hemorragia
Avaliação Neurológica
Exposição com Controle da Hipotermia

Avaliação clínica

Contusão pulmonar

  • Aparece quando o tecido pulmonar é lacerado por mecanismos contusos ou penetrantes, com a presença de sangramento nos espaços alveolares.
  • O principal problema é a troca gasosa, já que o ar não penetra nesses alvéolos.
Os traumas torácicos, segundo o agente causal e as características do trauma, podem ser classificados em:
  • Penetrantes: ferimento por arma branca, ferimento por arma de fogo, ferimentos lacerantes.
  • Trauma fechado: traumatismo de caixa torácica com laceração pulmonar secundária.
Esses tipos de traumas podem ocasionar lesões sobre músculos, costelas, escápulas, esterno, clavículas, coluna vertebral, pleuras, pulmões, traqueia, brônquios, diafragma, esôfago, grandes vasos, coração e conduto torácico (SALAZAR, 2000).

Na vítima com trauma torácico, ou seja, qualquer lesão que afete a dinâmica respiratória - a saber: a caixa torácica, a musculatura respiratória e os pulmões - revelará sinais no exame semiológico do tórax, como foi anteriormente exemplificado (ATLS, 2007; BEMINI, 2001)

Palavra do Profissional
Para resgatar conhecimentos sobre Semiologia e Semiotécnica e assim fortalecer sua avaliação clínica, faça a leitura do livro: Exame Físico e Avaliação de Saúde, de Carolyn Jarvis. Este livro tem um conteúdo abrangente sobre métodos de coleta de dados (anamnese e exame físico), Semiotécnica (habilidades para a realização do exame físico) e demais instrumentos para você realizar a avaliação do paciente com acurácia. É uma excelente referencia clínica para a sua aprendizagem.

Assim, na avaliação clínica da vítima de trauma, o enfermeiro deverá, seguir os seguintes procedimentos, acompanhe na animação a seguir:

Palavra do Profissional
A ausculta é considerada o método básico do exame físico dos pulmões e também do coração.

Alguns métodos não invasivos podem ser utilizados na monitorização da vítima, em algumas unidades de pronto atendimento de urgência, que auxiliam o enfermeiro na avaliação da pessoa vítima de trauma que afete a ventilação, como por exemplo, a verificação da saturação do oxigênio arterial com o equipamento oxímetro de pulso. Este é um método não invasivo de avaliação de saturação de oxigênio arterial (SPO2), possui um sensor com diodo que emite luz e um detector que mensura a quantidade relativa de luz absorvida pela oxiemoglobina e pela hemoglobina não oxigenada. Este instrumento compara o coeficiente de luz emitida com a luz absorvida e converte em percentual de saturação de oxigênio arterial, pois analisa a absorção de luz de fluxo pulsátil. O sensor pode estar preso ao dedo ou orelha da vítima e o padrão de normalidade varia de 97 a 98%. Esse dispositivo nos indica objetivamente o estado ventilatório e de trocas gasosas ao nível alveolar da vítima quando não ocorre descompensação de equilíbrio ácido-básico e de hemoglobina (JARVIS, 2010).

A magnitude desta emergência é reveladora para o enfermeiro, desde que este se aproprie de instrumentos de observação constante, que seja capaz de realizar o julgamento clínico das respostas da vítima a essa situação vital, estabelecendo as intervenções imediatas para preservar e salvar vidas, como também prevenir complicações.

Após considerar essas manifestações diante da vítima de trauma, você pensa nas seguintes hipóteses diagnósticas, estudo sugerido conforme a NANDA (NANDA, 2010), segundo Sousa et al.(2009), Cyrillo (2005) e Cyrillo et al. (2009):

Quadro: Diagnósticos de enfermagem referentes à ventilação e à respiração. Fonte: NANDA (2010)