Módulo 8: Linha de Cuidado Nas Urgências/Emergências Traumatológicas
Unidade 3: A avaliação Inicial (primária) à vítima de trauma

Introdução
Ventilação e Respiração
Contusão Pulmonar
Circulação com controle da Hemorragia
Avaliação Neurológica
Exposição com Controle da Hipotermia

Ventilação e respiração (após avaliação)

A partir dos diagnósticos de enfermagem identificados, você poderá alcançar os resultados esperados por meio das intervenções de enfermagem. Este quadro apresenta as intervenções propostas paras os diagnósticos de enfermagem identificados para a situação de Ventilação e Respiração.

As intervenções e atividades (BULECHEK; BUTCHER; DOCHTERMAN, 2010) propostas estão de acordo com os diagnósticos de enfermagem estabelecidos. Acompanhe na animação a seguir:

Intervenções de enfermagem referentes a ventilação e respiração – Atividades/ações

Oxigenoterapia
I. Administração de oxigênio e monitoramento de sua eficácia:
  • Manter vias aéreas desobstruídas.
  • Administrar oxigênio suplementar.
  • Monitorar a eficácia da terapia com oxigênio (por meio da oximetria, gasometria arterial), conforme apropriado.
  • Observar sinais de hipoventilação induzida por oxigênio.
Inserção e Estabilização de vias aéreas artificiais
II. Inserção e Estabilização de vias aéreas artificiais:
  • Auxiliar o profissional médico na inserção da via aérea artificial na oro/nasofaringe reunindo o equipamento de intubação e de emergência necessário.
  • Fixar a via aérea artificial oro/nasofaringe no local adequado.
  • Auxiliar em traqueostomia de emergência montando equipamento de suporte apropriado, administrando medicamentos, providenciando ambiente asséptico e monitorando as mudanças na condição do paciente.
  • Monitorar dispneia, ronco ou sibilo inspiratório quando a via aérea artificial estiver inserida.
  • Auscultar o tórax após intubação.
  • Inflar o balonete endotraqueal/traqueostomia usando técnica de volume oclusivo mínimo.
  • Marcar o tubo endotraqueal na posição dos lábios ou das narinas com marcas em centímetros e documentar.
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Controle vias aéreas artificiais
III. Controle das vias aéreas artificiais: Manutenção de tubos endotraqueais e de traqueostomia e prevenção de complicações.
  • Instalar dispositivo na via aérea orofaríngea para evitar mordida no tubo endotraqueal.
  • Aspirar a orofaringe e as secreções da porção superior do balonete do tubo antes de desensuflá-lo.
  • Monitorar a presença de crepitações e roncos nas vias aéreas superiores.
  • Instituir aspiração endotraqueal, conforme apropriado.
  • Providenciar equipamento adicional para intubação e ambu em local de fácil acesso.
  • Instituir medidas para prevenir extubação espontânea: fixar a via aérea artificial com esparadrapo/tiras; administrar sedação e curarizante, conforme apropriado.
  • Cuidar da traqueia a cada quatro a oito horas, conforme apropriado: limpar a cânula interna, limpar e secar a área em torno do estoma e trocar a fixação da traqueostomia.
  • Examinar a pele ao redor do estoma traqueal observando secreções, vermelhidão e irritação.
  • Manter técnica asséptica ao aspirar e cuidar da traqueostomia.
Monitoração respiratória
IV. Monitoração respiratória: Coleta e análise de dados do paciente para garantir a desobstrução de vias aéreas e troca adequada de gases.
  • Monitorar frequência, ritmo, profundidade e esforço nas respirações.
  • Registrar movimentos torácicos observando a existência de simetria, uso de músculos acessórios e retrações de músculos supraclaviculares e intercostais.
  • Monitorar a ocorrência de respirações ruidosas, como sibilos esganiçados e roncos.
  • Monitorar os padrões respiratórios: bradipneia, taquipneia, hiperventilação, respirações de Kussmaul, Cheyne-Stokes, Biot, padrão apneutico e atáxico.
  • Percutir o tórax anterior e posterior, dos ápices às bases, bilateralmente.
  • Observar a localização da traqueia.
  • Auscultar os sons respiratórios, observando as áreas de ventilação diminuída/ausente e a presença de ruídos adventícios.
  • Monitorar a ocorrência de aumento da inquietação, ansiedade e falta de ar.
  • Monitorar a capacidade do paciente tossir de forma eficaz.
  • Monitorar secreções respiratórias do paciente.
Monitoração ácido-básica
V. Monitoração ácido-básica: Coleta e análise de dados do paciente para regular o equilíbrio ácido-básico.
  • Obter sangue para determinar níveis da gasometria arterial, assegurando uma circulação adequada a extremidades antes e após a coleta do sangue.
  • Avaliar os níveis de gases sanguíneos.
  • Administrar agentes de bicarbonato por via oral ou parenteral, conforme apropriado.
  • Monitorar a ocorrência de possíveis causas de excesso de ácido carbônico e acidose respiratória, como obstrução de vias aéreas, depressão ventilatória, depressão do sistema nervoso central, doença neurológica, doença pulmonar crônica, doença musculoesquelética, trauma torácico, infecção, SARA, insuficiência cardíaca e uso de drogas depressoras do sistema respiratório.
  • Manter ventilação e desobstrução das vias aéreas na presença de acidose respiratória e aumento do nível da PaCO2, conforme apropriado.
  • Administrar oxigenioterapia, conforme apropriado.
Controle da Ventilação
VI. Controle da ventilação Mecânica - Invasiva: Assistência a paciente que recebe suporte respiratório artificial através de dispositivo inserido na traqueia.
  • Monitorar as necessidades de suporte ventilatório invasivo (por exemplo: fadiga dos músculos respiratórios, disfunção neurológica secundária a trauma). Anestesia, overdose de drogas, acidose respiratória refratária.
  • Iniciar a montagem e a aplicação do ventilador.
  • Monitorar os parâmetros do ventilador rotineiramente.
  • Verificar regularmente todas as conexões do ventilador.
  • Administrar relaxantes musculares, sedativos e analgésicos narcóticos, conforme apropriado.
  • Monitorar os dados da pressão ventilatória, a sincronia entre paciente e ventilador e os sons respiratórios do paciente.
  • Realizara a aspiração com base na presença de ruídos respiratórios adventícios e/ou na pressão inspiratória aumentada.
  • Posicionar o paciente de modo a facilitar a combinação ventilação/perfusão, conforme apropriado.

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