Módulo 8: Linha de Cuidado Nas Urgências/Emergências Traumatológicas
Unidade 3: A avaliação Inicial (primária) à vítima de trauma

Introdução
Ventilação e Respiração
Contusão Pulmonar
Circulação com controle da Hemorragia
Avaliação Neurológica
Exposição com Controle da Hipotermia

Etapas de avaliação

O processo de avaliação das extremidades corpóreas tem por objetivo identificar os fenômenos de natureza do trauma referentes à mecânica corporal, à regulação neurológica, à regulação térmica e à locomoção. A avaliação das prioridades e as manobras iniciais são apresentadas em uma sequência que facilite a memorização, para tanto, resgatamos (de sua prática e estudos) o “ABCDE”. Essas subcategorias de necessidades determinam a última etapa da sistemática do atendimento (ATLS, 2010). Acompanhe:

A avaliação das extremidades corpóreas é uma subcategoria que determina a integridade musculoesquelética, cutânea e neurovascular dos membros da vítima, esta deverá estar totalmente despida para que se realize a avaliação. Porém, mesmo com a necessidade de expor completamente a vítima, não podemos nos esquecer de estabelecer uma condição adequada de temperatura corporal frente aos inúmeros riscos que a circundam. É a partir dessas estruturas que as pessoas têm apoio na posição ereta e realizam movimentos, elas também protegem partes corporais nobres, como a medula espinhal, produzem hemácias na medula óssea e é o reservatório de sais minerais, como o cálcio e fósforo (JARVIS, 2010; PHTLS, 2009).

O osso e a cartilagem são formas especializadas de tecido conjuntivo, que é duro, rígido e muito denso; suas células sofrem renovação e modelagem contínuas. A articulação é o local de união de dois ou mais ossos, elas são unidades funcionais do sistema musculoesquelético, pois permitem a mobilidade.

Ponderamos que esses dados são de importância para o enfermeiro no estabelecimento de evidências quanto à necessidade de locomoção, integridade cutâneo-mucosa, mecânica corporal. As lesões de extremidades usualmente envolvem mais do que um elemento tecidual, a gravidade é refletida pela extensão da lesão de cada um desses elementos. Portanto, uma fratura grave pode levar a uma contusão significativa de pele e de músculos, possível lesão de nervos ou vasos sanguíneos, marcada fragmentação e desalinhamento de ossos, com risco de síndrome compartimental (ATLS, 2007).

As lesões traumáticas de extremidades abaixo do joelho e do cotovelo podem levar à formação de edema das estruturas contidas nesta região e também provocar constrição vascular, que se for identificada levará à necrose muscular ou até à perda total do membro (PHTLS, 2007).

A pele pálida, rendilhada ou cianótica tem fluxo sanguíneo inadequado, resultando de uma das três causas a seguir: a vasoconstrição periférica, mais frequentemente associada à hipovolemia; a diminuição do número de hemácias (anemia); a interrupção do fluxo sanguíneo para aquela região do organismo, como pode ser encontrado numa fratura. A palidez cutânea em uma área do corpo pode não representar o restante do organismo. As implicações da inconsistência da cor da pele indicam que outros achados, tais como a taquicardia, devem ser utilizados para esclarecer essas diferenças e determinar se a palidez da pele é um problema localizado, regional ou sistêmico (ATLS, 2007).

As diferentes lesões cutâneas merecem cuidados iniciais, como a limpeza do ferimento, com solução salina para remover a contaminação, e o curativo oclusivo, sendo o objetivo principal assegurar a cicatrização. A realização da redução seguida de imobilização da extremidade fraturada deve ser implementada, com o objetivo de aliviar a dor e evitar lesões adicionais pelo osso fraturado; é importante que após a imobilização se reexamine o pulso, a cor da pele e a temperatura da pele para verificarmos a efetividade da imobilização, sendo que esta deve ser realizada uma articulação acima e outra abaixo do local da fratura (BIROLINI; UTIYAMA; STEINMAN, 2001).

Todos os quadros de lesões até aqui citados levam a vítima a relatar dor, e o enfermeiro deverá traduzir seu conhecimento de forma compreensível à vítima para que esta entenda o que está ocorrendo. Sabemos que a dor é uma sensação complexa, que ocasionalmente é controlada por pouco mais que uma simples comunicação com a vítima (DRUMOND, 2000).

Na etapa E, você é responsável por expor o cliente, retirar suas vestes, cortá-las com tesoura, evitando movimentar a coluna e os membros. Exponha apenas a área a ser examinada, permanecendo ao seu lado durante esta etapa da avaliação.

Tome cuidado, pois as lesões de nervos, vasos e ligamentos podem se agravar na retirada das vestes. Mantenha a comunicação com o cliente antes de despi-lo, independente do nível de consciência presente no momento, isto é muito importante. O biombo será muito útil neste momento para proteger a intimidade do paciente (FUNDAP, 2010).

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