Saúde e Sociedade

A estratégia saúde da família como opção política e modelo de atenção

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O apoio à ESF a partir da Equipe do NASF – legislação e diretrizes

Nesse sentido, a compreensão de ambas as equipes sobre o modo de operar de cada uma delas é extremamente importante, possivelmente sensibilizando os profissionais para o estabelecimento de relações de um maior grau colaborativo para a produção do cuidado.

Outro aspecto que pode favorecer a integração, facilitando a organização do apoio, são as linhas de cuidado ou áreas estratégicas temáticas preconizadas pelo Ministério da Saúde para atuação do NASF, conformadas pelos seguintes campos:


Linhas de cuidado ou áreas estratégicas temáticas do NASF e respectivos focos de atuação
Fonte: BRASIL, 2009.


De acordo com as diretrizes do NASF (BRASIL, 2010), são ações mínimas que integram cada uma das linhas de cuidado do NASF as descritas a seguir. Clique em cada umas delas para conhecê-las!

É importante destacar que as linhas de cuidado não se remetem a núcleos de atuação específicos e exclusivos de determinada área profissional, mas a campos que devem ser trabalhados transversalmente pelo Nasf em conjunto com as equipes vinculadas.

Por exemplo, as ações de Saúde da Mulher, embora possam requerer a atuação mais específica de alguns profissionais, como o médico ginecologista, podem, e devem, ser desenvolvidas por outros profissionais, como o nutricionista, o profissional de atividade física, o psicólogo e assim por diante. Essa definição, portanto, deve ser acordada em conjunto entre NASF e equipes vinculadas, considerando-se aquele profissional que ofereça uma resposta mais adequada às necessidades de cada indivíduo, família ou comunidade, ou que possibilite um aumento da capacidade das equipes em lidar com as necessidades de seu território.

Vale destacar que, independentemente da área estratégica temática trabalhada, os profissionais do NASF devem, a partir das demandas identificadas no trabalho compartilhado com as equipes vinculadas, atuar de forma integrada à Rede de Atenção à Saúde e seus serviços, além de outras redes, como Sistema Único de Assistência Social (SUAS) (BRASIL, 2011).

Pense na realidade da área territorial de abrangência de sua unidade de saúde e compare com as diretrizes e os parâmetros de organização da ESF preconizados na Política Nacional de Atenção Básica, buscando refletir sobre as fragilidades presentes no seu cotidiano e as potencialidades possíveis de serem acionadas para a transformação dessa realidade.

Os desafios são muitos. Muito foi feito! Muito há por fazer. Algumas superações são necessárias como mudanças na forma de ver saúde e doença. Listamos, a seguir, alguns pressupostos fundamentais.

  1. Toda ação em saúde é consequente a uma concepção saúde–doença.

  2. A ESF se dinamiza através do processo de trabalho que legitima os atributos da APS Ampliada.

  3. Esse processo de trabalho se dá por meio das ações.

  4. A ESF encerra uma concepção saúde–doença.

São grandes os desafios: mudar a forma de pensar a saúde, romper com o modelo biomédico, pensar a saúde como produção social, trabalhar a determinação social, promover saúde, integrar ações, cuidar, empoderar a população, construir cidadania, reduzir iniquidades.

A Reforma Sanitária pretende ser uma possibilidade de construção de cidadania neste país, mas sem negligenciar o macrocontexto. Devemos entender suas próprias limitações, mas não hesitar em sermos contra-hegemônicos.

Saiba mais:

Para aprofundar a temática do apoio matricial, recomendamos:
TESE:
DOMITTI, Ana Carla Pereira. Um possível diálogo com a teoria a partir das práticas de apoio especializado matricial na Atenção Básica de Saúde. Tese (Doutorado em Saúde Coletiva) – Faculdade de Ciências Médicas, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2006. Disponível em:
http://www.bibliotecadigital.unicamp.br/document/?code=vtls000414236
Acesso em: 10 abr. 2012.

Verdi, Da Ros, Cutolo e Souza

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