Planejamento na Atenção Básica

O processo de planejamento na Atenção Básica

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O Momento Explicativo

Na área da saúde, há sempre a pressão da demanda, o cotidiano é absorvente e, desta forma, a tendência é darmos atenção apenas aos problemas atuais. No entanto, não podemos esquecer que planejar é buscar aumentar nossa atuação para além do dia a dia, pois, da mesma forma que a determinação do processo saúde-doença é múltipla e complexa, também os problemas são complexos. Portanto, devemos planejar para atuar em problemas terminais, visando a melhorar os nossos resultados – e não os nossos produtos. Melhorar os nossos indicadores é mais importante que ter maior número de consultas.

Definição dos Problemas

Identificar, diagnosticar bem um problema é de extrema importância, de modo que só haverá solução factível se o diagnóstico estiver correto. Assim, devemos descrever os problemas da forma mais completa e precisa possível, pois somente com o seu conhecimento poderemos solucioná-los.

Cada problema identificado deve ser descrito em termos de quê, quem, quando e onde ele se apresenta; ou seja, para que o problema seja realmente caracterizado como tal, deve ter alguns parâmetros, como as dimensões, a abrangência geográfica, a população atingida e o tempo em que está acontecendo.

Outro aspecto importante ao diagnóstico dos problemas refere-se à participação da comunidade neste processo. Quanto maior for a participação da comunidade, mais aprofundado será o diagnóstico e, portanto, mais precisa a abordagem do problema.

No caso de uma organização pública, de forma mais clara do que nas organizações privadas, é a sociedade quem paga a conta – ou seja, os custos para mantê-la funcionando. Assim, nada mais adequado que conhecer a comunidade sob a responsabilidade da unidade de saúde. Afinal, é ela quem patrocina a organização e é o seu sujeito de direito, isto é, a sua razão de existir. Além disso, é ela que conhece o detalhamento dos problemas e contribuirá sobremaneira para a sua identificação e explicação.

Nas Unidades Locais de Saúde, são muitos os problemas que independem de nossa atuação, pois uma série de insumos e de situações são definidos em outras instâncias administrativas. Porém, a solução também depende da forma como enfrentamos os problemas.

Partamos de uma situação-problema que é motivo de contínuas reclamações: as filas para o atendimento na sua unidade. A primeira decisão é saber como será definido o problema, sob que ponto de vista, e quem participará dessa definição.

Veja no quadro a seguir alguns exemplos de problemas e suas possíveis soluções.

Podemos inferir que há muitas faces de um mesmo problema e que nem sempre a solução depende exclusivamente da nossa atuação, pois ela também está relacionada a outros níveis ou outras instâncias do sistema de saúde.

Lacerda, Botelho e Colussi

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