Todavia, o apego demasiado ao núcleo de conhecimento pode dificultar a interdisciplinaridade – necessária para responder às demandas não contempladas pelos núcleos de cada profissão.
De acordo com o foco dessa discussão, Teixeira (2005) aponta que o encontro entre duas partes, no qual uma delas busca ter suas necessidades atendidas, enquanto a outra, supostamente, detém os meios para satisfazê-las, supõe o estabelecimento de comum: o que um necessita é o que o outro tem a ofertar.
O PTS é entendido como “um conjunto de propostas de condutas terapêuticas articuladas, para um sujeito individual ou coletivo, resultado da discussão coletiva de uma equipe interdisciplinar” (BRASIL, 2010, p. 39)*.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Diretrizes do NASF: Núcleo de Apoio à Saúde da Família. Brasília: Ministério da Saúde, 2010. (Série A. Normas e Manuais Técnicos. Caderno de Atenção Básica, 27).
Em geral, o PTS consiste em quatro movimentos (CUNHA, 2009):
- levantamento das hipóteses de problemas;
- definição de metas sobre os problemas. Para tanto, a equipe deve trabalhar as propostas de curto, médio e longo prazo que serão negociadas com os envolvidos. A negociação deverá ser feita, preferencialmente, pelo membro da equipe que tiver melhor vínculo com os envolvidos. Na Atenção Básica pode ser qualquer membro da equipe, independentemente da formação;
- divisão de responsabilidades; e
- reavaliação, que é o momento destinado para avaliar a evolução e se fazerem as alterações necessárias do projeto inicial.
O contato entre os trabalhadores das equipes de referência e os que realizam o Apoio Matricial pode ocorrer por meio da combinação de encontros periódicos e regulares. Pode acontecer também diante de situações não previstas nas quais a comunicação deve ocorrer de modo direto, como, por exemplo, por meio de telefone e correio eletrônico. Entretanto, deve-se evitar que a comunicação ocorra informalmente por meio de impressos, o que parece dificultá-la (CAMPOS; DOMITTI, 2007).
Lacerda e Moretti-Pires