Módulo 6: Linha de Cuidado nas Urgências/Emergências Clínicas Respiratórias e Metabólicas
Unidade 2: Aplicação da metodologia da assistência nas desordens metabólicas e eletrolíticas

Emergências médicas metabólicas
Distúrbios do potássio
Distúrbios do cálcio
Distúrbios do sódio (Na+)

Estado hiperosmolar não cetótico

Os pacientes que normalmente apresentam essa condição são de média idade ou idosos, frequentemente com diabetes não diagnosticada. Fatores comuns que precipitam esta condição são: consumo de fluidos ricos em glicose, medicações tais como diuréticos tiazídicos ou esteroides, doenças intercorrentes, isquemia miocárdica, falência em aceitar as medicações e pancreatite (NIMMO et al., 2009; MARTINS; SCALABRINI NETO; VELASCO, 2005; KWON; TSAI, 2007)..

O coma não cetótico e a cetoacidose representam dois finais de um espectro mais do que duas desordens distintas. As diferenças bioquímicas podem parcialmente ser explicadas pela idade, função renal e grau de deficiência de insulina (NIMMO et al., 2009; MARTINS, NETO, VELASCO, 2005; KWON; TSAI, 2007).

No estado Hiperosmolar não Cetótico, a deficiência de insulina é relativa, não absoluta, e é conhecido que pequena quantidade de insulina é suficiente para inibir a síntese de cetonas no corpo. Isso explica porque eles não desenvolvem cetose e acidose. Os sintomas neste caso são menos intensos que na cetoacidose (NIMMO et al., 2009).

Quais são então os principais sinais e sintomas? Veja na animação a seguir.

Intervenções de Enfermagem

Os mesmos princípios do gerenciamento da cetoacidose devem ser aplicados com alguns ajustamentos. Veja como você deve proceder (NIMMO et al., 2009; MARTINS; SCALABRINI NETO; VELASCO, 2005; KWON; TSAI, 2007).:

1. A osmolaridade do plasma é usualmente alta, ela pode ser medida diretamente ou calculada como (2(Na(+)+K(+)) + glicose+ureia) todos em mmol/l.

2. Avalie nível de consciência aplicando a escala de coma de Glasgow, incluindo reflexos e sensibilidade.

3. Muitos pacientes são extremamente sensíveis à insulina, e a concentração de glicose pode despencar. A mudança resultante da osmolaridade pode provocar dano cerebral.

4. Os pacientes necessitam de uma dose mais baixa de insulina quando eles são muito sensíveis; a insulina é infundida em uma velocidade de 03 unidades por hora nas primeiras 2-3hs, aumentando a 06 unidades/hora se a glicose cai muito lentamente.

5. Administre SF a 0,9% como solução padrão; evite 0,45% de solução salina, uma vez que a diluição rápida do sangue pode provocar maior dano cerebral do que algumas horas de exposição à hipernatremia em excesso de 50%. Alguns especialistas, entretanto, defendem o uso de 0,45% de solução salina se o sódio sérico é extremamente alto.

6. Alguns especialistas defendem a profilaxia contra a trombose venosa profunda com heparina.

Palavra de Profissional
Esteja atento às diferenças e observe com rigor as alterações dos pacientes.

Concluído o estado hiperosmolar não cetótico, trataremos agora da acidose lática. Acompanhe na próxima página!